O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (1º), em discurso durante abertura do ano legislativo no Supremo Tribunal Federal (STF), que o Judiciário tem papel "decisivo" na defesa da sociedade brasileira contra o arbítrio.
A solenidade ocorreu no plenário do Supremo e foi a primeira após a destruição do espaço promovida por bolsonaristas radicais durante os atos golpistas de 8 de janeiro.
"É nosso dever registrar o papel decisivo do STF e do TSE na defesa da sociedade brasileira contra o arbítrio. Daqui dessa sala, contra a qual se voltou o mais concentrado ódio dos agressores, partiram decisões corajosas e absolutamente necessárias para enfrentar e deter o retrocesso, o negacionismo e a violência política", disse Lula
Antes de Lula, a presidente do STF, ministra Rosa Weber, pregou, também em discurso, a "defesa diuturna e intransigente da Constituição". Ela também afirmou que aqueles que conceberam, praticaram, insuflaram e financiaram os atos antidemocráticos serão punidos.
Atos golpistas
Lula comentou sobre os atos golpistas de 8 de janeiro e afirmou que eles não nasceram de "geração espontânea". O petista vem atribuindo o vandalismo contra as sedes dos três poderes a ação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O ex-presidente está entre os investigados pelos atos terroristas.
De acordo com Lula, o ato golpista foi "cultivado em sucessivas investidas contra o direito e a Constituição com o objetivo de sustentar um projeto autoritário de poder".
O petista ainda afirmou que o processo que culminou nos atos golpistas de 8 de janeiro é "resultado da descrença na política".
"Eu penso que é oportunidade de dizer que nunca mais alguém deve ousar duvidar da política desse país, ou desacreditar na política. O que aconteceu nesse país foi resultado da descrença na política pelo povo brasileiro. Seja no Congresso Nacional, no Executivo, em todos os lugares", disse.
Ataque ao Supremo
O presidente afirmou que se sentiu "profundamente indignado" com a destruição do STF pelos Bolsonaristas.
"Sei que levarei essa indignação para o resto da minha vida, e sei que ela me fez redobrar a disposição de defender a democracia conquistada a duras penas pelo povo brasileiro", afirmou.
Lula disse que a relação do seu governo com o Judiciário se pautará pelo "respeito institucional" e defendeu a união dos três poderes para vencer os reais desafios do país.
"O povo brasileiro não quer conflitos entre as instituições. Não quer agressões, nem intimidações, nem o silêncio dos poderes constituídos. O povo brasileiro quer e precisa, isso sim, de muito trabalho, educação e esforços dos três poderes no sentido de reconstruir o Brasil", disse Lula.
"Nossos reais inimigos são outros: a fome, a desigualdade, a falta de oportunidades, o extremismo e a violência política, a destruição ambiental e a crise climática", completou.
Fonte: g1
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