segunda-feira, janeiro 09, 2023

PM e Polícia do Exército se acertam e fazem ação conjunta contra ato golpista no DF

A Polícia Militar do Distrito Federal e a Polícia do Exército cercaram na manhã desta segunda-feira (9) a área em que bolsonaristas extremistas estão acampados em Brasília, em frente ao quartel-general da Força, e preparam a desocupação do local.

Alguns bolsonaristas radicais deixaram o acampamento enquanto os policiais militares se posicionavam para iniciar a intervenção.

A ação acontece após a determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), dando 24 horas para a retirada de todos os manifestantes acampados no local.



O Exército tinha impedido na noite de domingo (8) a entrada da PM do Distrito Federal na área do acampamento. Diversas viaturas da PM se dirigiram ao local após os ataques contra as cúpulas dos três Poderes, perpetrados por pessoas acampadas em frente o quartel-general.

Soldados da Polícia do Exército, equipados com escudos, formaram um cordão que impediu a passagem da PM. Foram posicionados três blindados para reforçar o bloqueio.

Fontes militares com conhecimento do assunto afirmaram que os policiais do DF tentaram entrar no Setor Militar Urbano, onde fica o quartel-general, sem aval do Exército.

Por isso, segundo os relatos, o Exército se mobilizou para impedir a entrada dos policiais.

Autoridades chegaram a se reunir para definir o que fazer no local. O interventor nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ricardo Capelli, participou da conversa.

Após um período, a PM se retirou do local. Os blindados também voltaram para o quartel, mas o cordão de soldados permanece.

O quartel-general fica localizado numa área de responsabilidade militar.

Na noite de domingo, bolsonaristas radicais que invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes voltaram ao quartel-general.

A segurança no local foi reforçada pela Polícia do Exército. Logo na entrada, soldados pediam para que os golpistas desmontassem as barracas.

Os bolsonaristas, no entanto, se negaram a retirar as estruturas e não foram forçados a deixar o espaço.

Uma cozinha montada no local serve sopa para os bolsonaristas. A Folha flagrou pessoas chegando com engradados de água e de leite ao acampamento.

O Exército passou a proibir no fim de semana a entrada de carros na região do Setor Militar Urbano, onde fica o QG. Apesar disso, a quantidade de barracas aumentou de sexta-feira (6) para domingo com a chegada de caravanas de bolsonaristas radicais.

A maior parte dos bolsonaristas voltou da Esplanada dos Ministérios ao quartel-general do Exército a pé. O fluxo de pessoas aumentou por volta das 19h30, cerca de uma hora após as forças policiais retirarem os golpistas das proximidades da Praça dos Três Poderes.

Durante a tarde de domingo, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, se reuniu com o comandante do Exército, Júlio César de Arruda, e outros generais no Comando Militar do Planalto.

No encontro, Múcio e os generais avaliaram que os bolsonaristas não devem mais ficar em frente ao QG do Exército

Segundo relatos feitos à Folha, a cúpula do Exército e do Ministério da Defesa ainda querem evitar o confronto com os golpistas, que pedem intervenção militar contra a vitória de Lula.

Para encerrar o acampamento, portanto, os militares decidiram endurecer a estratégia de estrangular a logística dos bolsonaristas que pernoitam na frente do quartel-general.

A tática tem sido criticada por membros do governo Lula, que defendem uma ação mais incisiva do Exército para a retirada dos bolsonaristas.


Fonte: Folha de São Paulo

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