terça-feira, dezembro 13, 2022

Imagens do vandalismo em Brasília estão sendo analisadas para identificar responsáveis, diz secretário de Segurança

As imagens dos atos de vandalismo praticados por bolsonaristas radicais em Brasília, na segunda-feira (12), estão sendo analisadas para identificar os responsáveis, disse o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Júlio Danilo Souza Ferreira, nesta terça-feira (13).


Ônibus e veículos são queimados e objetos são depredados durante ato de vandalismo em Brasília — Foto: TV Globo/Reprodução


A informação foi dada durante uma reunião com representantes do setor de hotelaria. Os empresários pediram segurança reforçada e demonstraram preocupação com a chegada de hóspedes de delegações estrangeiras que vêm para a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do vice Geraldo Alckmin (PSB) , no dia 1º de janeiro.



"Tivemos acesso a diversas imagens, não só câmeras de locais, de câmeras dos prédios, mas de pessoas que estavam, populares, diversas redes sociais veiculam imagens. Então, temos um vasto material que contém imagens dessas pessoas que aqui agiram dessa forma criminosa", disse o secretário de Segurança.

Também participaram da reunião o secretário de Turismo do DF William Frederico Carneiro de Almeida e o comandante-geral da Polícia Militar Fábio Augusto.


Segundo os representantes do setor hoteleiro, os atos de vandalismo causaram insegurança e prejuízos, como cancelamento de hospedagens. Um hospede de um hotel na Asa Norte, por exemplo, encontrou no quarto um projétil e a janela ser quebrada. A Polícia Civil investiga.


Bloqueios no trânsito


Esplanada dos Ministérios fechada na manhã desta terça-feira (13), após atos de vandalismo de bolsonaristas — Foto: TV Globo/Reprodução


Desde a noite de segunda, o trânsito na Esplanada dos Ministérios está bloqueado. O trânsito foi interditado a partir da alça da Rodoviária — retorno que liga a Asa Sul a Asa Norte — até a L4.


O acesso à Praça dos Três Poderes também continua restrito. A Secretaria de Segurança Pública informou que vai manter os bloqueios por tempo indeterminado.


De acordo com o secretário, as interdições serão avaliadas diariamente.


Vandalismo


Apoiadores radicais do presidente Jair Bolsonaro (PL) deflagraram uma série de atos de vandalismo em Brasília na noite de segunda-feira (12). De acordo com o Corpo de Bombeiros, 8 veículos, entre carros e ônibus, foram incendiados.



A Polícia Militar entrou em confronto com os bolsonaristas, e um shopping teve de ser fechado. Nas ruas do Setor Hoteleiro Norte, os bombeiros encontraram botijões de gás vazios.


Os bolsonaristas usaram, pelo menos, nove botijões para bloquear as ruas. Segundo os militares, eles foram retirados de um posto de combustível, perto de onde ocorreram os atos.


Os vidros da 5ª Delegacia de Polícia, que fica na Asa Norte, próximo ao Setor Hoteleiro, foram quebrados por bolsonaristas. Em frente ao prédio, um ônibus também foi queimado.


O secretário de Segurança informou que "a PM atuou dentro do que era pedido na situação" e que ninguém foi preso.


"A equipe policial que está ali atuando nem sempre tem condição de realizar uma prisão de forma segura, de forma a não inflamar mais a situação. A primeira missão nossa era debelar e retornar a ordem pública e assim foi feito", disse Júlio Danilo.

O que aconteceu e o que disseram as autoridades


Os atos de vandalismo começaram na frente da Polícia Federal, na Asa Norte, por volta de 19h30, após o cumprimento de um mandado de prisão temporária contra o indígena José Acácio Tserere Xavante, apoiador de Jair Bolsonaro;

A prisão do indígena aconteceu por determinação do STF e atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República;

A PGR e o STF afirmam que o Tserere é investigado por participar de atos antidemocráticos e reunir pessoas para cometer crimes; a PF diz que o preso está acompanhado de advogados e que as formalidades relativas à prisão "estão sendo adotadas nos termos da lei".

Após a prisão de Tserere, um grupo de radicais tentou invadir um prédio da PF e incendiou carros;

Parte do grupo seguiu pela Asa Norte, onde realizou novos atos de vandalismo. Pelo menos um ônibus foi incendiado; botijões de gás foram espalhados em ruas da cidade;

A Polícia Militar foi chamada e reagiu com bombas de gás e balas de borracha. Houve confronto com os radicais;

A Secretaria de Segurança Pública do DF afirmou que precisou restringir o trânsito na Esplanada dos Ministérios, na Praça dos Três Poderes e em outras vias da região central;

O secretário de Segurança, Júlio Danilo Souza Ferreira, afirmou que os participantes dos atos de vandalismo serão responsabilizados: "A partir de agora , temos imagens, filmagens, temos como identificar". Ele não soube dizer se houver prisões.

A região do hotel onde o presidente eleito, Lula, está hospedado teve a vigilância reforçada por equipes da PM.

O governador Ibaneis Rocha (MDB) disse: "Por enquanto estamos agindo com as forças policiais. Todas as nossas forças policiais (...) estão nas ruas".

Ao blog da Andréia Sadi, o senador Flávio Dino (PSB-MA), futuro ministro da Justiça, afirmou que o "governo federal segue omisso diante dessa situação grave absurda".

Às 23h08, mais de duas horas depois do início dos atos, o ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres, escreveu em uma rede social que o Ministério da Justiça, por meio da Polícia Federal, "manteve estreito contato" com a Secretaria de Segurança do DF e com o governo do DF "a fim de conter a violência e restabelecer a ordem". Ele disse que "tudo será apurado e esclarecido" e que a situação está se normalizando".

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), classificou de "absurdos" os atos de vandalismo, "feitos por uma minoria raivosa". O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também disse repudiar violência e desordem. Veja a repercussão política.

Segundo o Corpo de Bombeiros, três veículos de passeio e cinco ônibus foram incendiados. Portas de vidro da 5ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte, foram quebrados. A Esplanada dos Ministérios e a Praça dos Três Poderes tiveram acessos bloqueados, por segurança, nesta terça-feira (13).


Fonte: g1

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