terça-feira, março 29, 2022

Com exoneração rápida de Milton Ribeiro, governo tenta blindar Bolsonaro da relação com pastores



A definição rápida da exoneração do ministro da Educação, Milton Ribeiro, em apenas uma semana, teve como objetivo blindar o presidente Jair Bolsonaro do escândalo. O temor é de que ficasse evidente que Ribeiro apenas cumpria ordens do presidente.


Articuladores políticos do governo já tinham identificado uma grande fragilidade no episódio que começava a ganhar destaque: os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos chegaram ao Ministério da Educação graças ao acesso que tinham anteriormente ao Palácio do Planalto.


Cada vez mais, surgiam evidências de que a relação dos dois líderes religiosos com o governo Bolsonaro era bem mais antiga do que a presença de Milton Ribeiro na Educação.


Registros dos primeiros nove meses do governo indicam que o pastor Arilton esteve no Palácio do Planalto 19 vezes.


Na própria gravação divulgada pelo jornal "Folha de S. Paulo", Milton Ribeiro afirma que priorizava pedidos do pastor Gilmar por solicitação de Bolsonaro.


“Em qualquer outro momento, Bolsonaro compraria essa briga. Mas em ano eleitoral, ele não poderia atrapalhar o próprio governo. Por isso, a solução rápida”, disse ao blog um interlocutor do Planalto.


A realização desse plano envolvia, no entanto, dar uma saída honrosa para Ribeiro – representada pela defesa enfática do agora ex-ministro, feita por Bolsonaro em live na última semana.


O grande temor no governo era de que Ribeiro deixasse o cargo atirando, caso se sentisse abandonado.


Fonte: Blog do Camarotti

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