quinta-feira, março 17, 2022

Após lucro recorde, Correios voltam a pagar dividendos à União e PLR aos funcionários

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Após registrar lucro recorde em 2021, os Correios — estatal que o governo pretende privatizar — voltarão a pagar dividendos para a União e participação nos lucros e resultados (PLR) para os funcionários.


A União vai receber em dividendos (parcela distribuída aos acionistas) R$ 251 milhões. Para os funcionários, a empresa vai distribuir R$ 63 milhões. A última distribuição de dividendos e de participação nos lucros e resultados havia sido em 2014.


Os pagamentos serão feitos após a aprovação da assembleia geral de acionistas, marcada para abril. No caso do PLR, precisa também do aval Ministério da Economia. Os recursos já foram provisionados (previstos em orçamento).


Segundo o diretor de Gestão Estratégica, Tecnologia e Finanças dos Correios, Heglehyschynton Valério Marçal, os pagamentos serão possíveis porque a estatal zerou o seu prejuízo acumulado.


Em 2019, o prejuízo acumulado era de R$ 2,4 bilhões. Em 2021, a estatal fechou com lucro acumulado de R$ 1,4 bilhão.


Lucro recorde

Nesta quinta-feira (17), os Correios anunciaram lucro líquido (diferença entre receita e despesa) de R$ 2,3 bilhão.


Em 2020, o lucro líquido dos Correios foi de R$ 1,53 bilhão. Ou seja, o resultado de 2021 é 50% maior que o registrado no ano imediatamente anterior.


Segundo o presidente dos Correios, o general da reserva Floriano Peixoto, a recuperação financeira dos Correios nos últimos anos foi possível devido a uma série de medidas estruturais adotadas pela administração, como:


redução de custos;

revisão de contratos;

adequação dos contratos de trabalho à CLT;

extinção da CorreiosPar; e

investimentos em áreas operacionais da empresa.

Marçal destacou que, enquanto o lucro de 2020 pode ser explicado pela redução de despesa e gestão de contratos, o resultado de 2021 é fruto da elevação da receita, mesmo sem aumento das tarifas.


"Há dois anos que Correios não aumentam preços. No lucro de 2021, houve forte aumento de receita, com aumento de encomendas", explicou o diretor.


Privatização

Questionado sobre a necessidade de privatizar a empresa mesmo após lucros recordes, o general Floriano Peixoto afirmou que este é um "bom momento para estatal ser privatizada".


"O que se fala muito é: 'A empresa lucrou muito, então não precisa privatizar'. Isso é muito controverso. (...) Se ela vale muito, esse é um bom momento para ser comercializada, para ser privatizada", afirmou.


Ele disse, ainda, que cabe ao Congresso e o governo à decisão sobre a venda. A sua "missão", quando assumiu os Correios em junho de 2021, disse, foi fortalecer a empresa e torná-la sustentável economicamente.


"Não compete aos Correios se manifestar favoráveis ou desaforáveis [à privatização], embora a privatização traga benefícios muito visíveis para que ela [a empresa] possa se livrar de determinadas amarras que impedem seu avanço", disse o general.


Em abril de 2021 os Correios foram incluídos no Programa Nacional de Desestatização. Um projeto de lei abrindo o setor postal à inciativa privada foi aprovado pela Câmara dos Deputados no ano passado, mas está parado no Senado.


A aprovação do projeto pelo Congresso é condição para privatização dos Correios, uma meta do governo federal para este ano.


Fonte: g1

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