quinta-feira, agosto 12, 2021

Ricardo Barros nega 'relação pessoal' com sócio de empresa que intermediou negociação da Covaxin



O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR) disse nesta quinta-feira (12), em seu depoimento à CPI da Covid, que não possui "relação pessoal" com o empresário Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos.


O nome de Ricardo Barros entrou na mira da CPI, após o deputado Luis Miranda (DEM-DF) afirmar que Bolsonaro citou o líder do governo na Câmara ao ouvir denúncias de irregularidades na negociação do Ministério da Saúde para comprar doses da vacina Covaxin. A Precisa Medicamentos atua como representante no Brasil da empresa indiana de biotecnologia Bharat Biotech, que desenvolveu a vacina Covaxin.


"Eu não tenho relação pessoal com o senhor Maximiano. O recebi no gabinete como ministro, com a nossa equipe de compras. E está registrado que a última vez que nos encontramos foi quando eu era ministro. Nunca tratei de Covaxin, em nenhum momento tratei de qualquer assunto relativo à venda da Covaxin", afirmou Barros à CPI.


Maximiano foi convocado a comparecer à CPI, mas vem adiando sua ida à Comissão. Na última ocasião, pediu adiamento por estar de quarentena após retorno de viagem à Índia. A previsão é a de o empresário preste depoimento na próxima semana.


Indicados no Ministério da Saúde

Em seu depoimento, Barros disse ainda que não possui "indicados" no Ministério da Saúde. "Desde que saí do Ministério da Saúde não tenho nenhum indicado lá", disse.


O líder do governo na Câmara afirmou ainda que não indicou Roberto Dias para o o cargo de Diretor de Logística do Ministério da Saúde. Dias prestou depoimento à CPI após ter sido acusado de pedir propina na negociação de 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca.


"Ele não é meu indicado. Ele é indicado do Deputado [Abelardo] Lupion. E, veja bem, quando o Mandetta fala que pediu a indicação para o Lupion, disse por que: '... num esforço de Mandetta para tirar de áreas sensíveis do ministério indicados do PP'. Portanto, nós não temos ninguém lá", afirmou Barros.



Dias afirmou em seu depoimento que o atual líder do governo na Câmara não foi o responsável por sua indicação, mas sim o ex-deputado federal Abelardo Lupion (DEM-PR).


Emenda sobre compra de vacinas

Em fevereiro, Ricardo Barros apresentou uma emenda para flexibilizar a Medida Provisória (MP) sobre a compra de vacinas. A mudança facilitaria a aquisição da Covaxin, no entanto, em seu depoimento, o deputado negou que tenha apresentado a emenda para beneficiar a compra da vacina indiana.


"Não sabia que a Precisa representava a Covaxin no momento da apresentação da emenda. Fato totalmente desconhecido da minha parte", afirmou.


Barros disse ainda que os senadores não encontrariam "nenhuma evidência de ligação" dele com a Covaxin.


"Não encontrarão nenhuma evidência, vocês não encontrarão nenhuma evidência de ligação minha com a Covaxin. Por favor, continuem procurando", disse.


Fonte: G1

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