segunda-feira, abril 19, 2021

Blindar Pazuello vira prioridade do governo para enfrentar CPI da Pandemia



Dentro das estratégias para enfrentar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, que se tornou a maior preocupação do presidente Jair Bolsonaro neste momento, se tornou prioridade uma operação do Palácio do Planalto para blindar o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e não deixá-lo isolado e sem proteção. O ex-ministro estará na lista de depoentes da comissão.


A CPI da Pandemia foi criada após uma determinação do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) leu o ato de criação da Comissão nesta terça (13) e os nomes dos 18 senadores, entre titulares e suplentes, que vão compor a CPI nesta quinta (15). A Comissão pretende investigar ações e omissões do governo federal no combate à Covid-19.


A gestão de Pazuello à frente do Ministério da Saúde será um dos principais alvos de investigação da CPI que deve começar a trabalhar na próxima semana. O ex-ministro da Saúde já é apontado por um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) como responsável por falhas no enfrentamento da pandemia do coronavírus.


Segundo interlocutores do presidente da República, Pazuello "não pode se sentir abandonado" e "precisa se sentir prestigiado", além de ser "bem treinado" para seu depoimento na CPI da Pandemia. A expectativa é que nos próximos dias ele possa ser nomeado para um cargo com sala no Palácio do Planalto.



Neste fim de semana, Bolsonaro foi a Goiás junto com Eduardo Pazuello. O presidente só decidiu demitir o general depois de pressões do Centrão e de receber informações de como o agravamento da pandemia estava afetando a sua imagem junto à população.


Em relação à CPI da Pandemia, o presidente Bolsonaro foi alertado por sua equipe que os sinais emitidos pelo Senado indicam que ele precisa se aproximar da Casa Alta.


O Palácio do Planalto coleciona uma série de reveses desde que o STF mandou o Senado instalar a comissão. O governo tentou retirar assinaturas da CPI para evitar sua criação, mas não convenceu senadores.


Depois, tentou trocar senadores do PSD para inverter o jogo e deixar de ser minoria e passar a ser maioria. Até agora, não conseguiu. Buscou impedir que Renan Calheiros seja o relator, mas pelo visto não terá sucesso. Resultado, o governo terá dificuldades na CPI da Pandemia e, para reverter o jogo, terá de negociar com senadores, deixados em segundo plano até agora.


Fonte: Blog do Valdo Cruz

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