segunda-feira, abril 19, 2021

Com 12,3% da população vacinada contra Covid, ritmo de aplicação da 1ª dose despenca no Brasil

O Brasil aplicou neste domingo (18) 155.701 primeiras doses de vacina contra a Covid-19, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa. O número é o mais baixo registrado desde o dia 21 de março, quando 83.711 pessoas receberam a primeira dose do imunizante.


Covid-19: Mata de São João segue com vacinação para idosos; profissionais da educação começam a ser imunizados — Foto: Matheus Lopes/Prefeitura de Mata de São João/Divulgação


Até domingo, 26.180.254 pessoas receberam a primeira dose no país. O número representa 12,36% da população. A segunda dose foi aplicada em 9.594.276 pessoas, o equivalente a 4,53% dos brasileiros.


O números indicam a diminuição preocupante do ritmo da imunização contra Covid-19 no país, que tem registrado interrupções parciais ou totais da vacinação. Na semana passada, capitais interromperam a aplicação da primeira dose por falta de imunizantes (leia mais abaixo).


Os números assustam especialistas que apontam que o Brasil teria condições de aplicar cerca de 1,5 milhão de doses por dia. Com a vacinação suspensa em algumas capitais e atraso na entrega de vacinas, cientistas apontam que falta imunizante para a campanha avançar.


"Falta de procura a gente não está vendo. Não é porque a população está desinteressada, em todo lugar está tendo fila" - Carla Domingues, coordenadora do PNI de 2011 a 2019

Opinião semelhante tem a epidemiologista Ethel Maciel, professora titular da Ufes, que aponta as dificuldades no acesso e na gestão das doses para 1ª e 2ª aplicação.



"A gente precisa ter cronogramas mais reais para os estados e municípios para que haja planejamento. A falta de planejamento ou a dificuldade dos estados em fazer esse planejamento gera uma demora porque você não sabe quantas doses você vai receber, se será necessário aumentar a equipe de enfermagem para poder vacinar mais gente, quantas doses estarão disponíveis." - Ethel Maciel, epidemiologista

Números da queda

A aplicação da primeira dose do imunizante contra a Covid no país está em queda desde 14 de abril, quando 523.208 pessoas receberam a primeira vacina.


O último domingo teve o menor número de primeiras doses aplicadas para nesse dia da semana desde 21 de março.


Segundo a epidemiologista Ethel Maciel, a queda na vacinação pode ser resultado da falta de imunizantes no país, que prejudicou tanto quem iria tomar a primeira dose quanto a segunda.


“A gente imunizou pouco mais de 30% da população acima de 60 anos porque a gente não tem doses. Na maioria dos estados, é isso que está acontecendo”, explica a epidemiologista.

Para ela, a ausência do insumos para a vacinação podem ser consequência do atraso na chegada ao país do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), matéria-prima para produção da CoronaVac. Somado a isso, a epidemiologista aponta a falta de planejamento e cronogramas reais para estados e municípios como um agravante.


“Alguns estados não tinham armazenado a vacina suficiente para a aplicação da segunda dose na população. Para que não ultrapasse o limite do intervalo, esses estados estão usando as vacinas que recebem para completar a segunda dose da vacina”


O intervalo entre as doses varia de acordo com o imunizante aplicado. No caso da CoronaVac, da Sinovac e Instituto Butantan, o tempo entre a primeira e a segunda dose é de 14 a 28 dias.


Já na AZD1222, de AstraZeneca, Universidade de Oxford e Fundação Oswaldo Cruz, o período de espera é de 3 meses.


Interrupção nas capitais

Nas últimas semanas, 7 capitais interromperam a aplicação da 1ª dose da vacina contra Covid-19 por falta de doses de imunizante: Curitiba, Florianópolis, Goiânia, João Pessoa, Maceió, Rio Branco e Salvador. A vacinação nessas capitais segue normalmente nesta segunda (19).


Em Natal, a vacinação ocorre de forma restrita: os estoques de CoronaVac se esgotaram, mas a imunização segue com as doses disponível da vacina da AstraZeneca.


Em Belém, a aplicação da 1ª dose da vacina contra Covid-19 está suspensa. A vacinação segue garantida para quem vai receber a 2ª dose.


Fonte: G1

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