quinta-feira, maio 10, 2018

MP denuncia ex-vereador e filho dele por tentativa de homicídio em frente ao Instituto Lula

O Ministério Público (MP) ofereceu denúncia à Justiça contra dois envolvidos na agressão a um empresário em frente ao Instituto Lula, na Zona Sul de São Paulo, em 5 de abril. No entendimento da Promotoria, o ex-vereador de Diadema Manoel Eduardo Marinho (PT), conhecido como Maninho, e o filho dele, Leandro, devem responder por tentativa de homicídio duplamente qualificado (por motivo torpe e meio cruel).

Procurada pelo G1, a advogada de Maninho e Leandro, Patrícia Cavalcanti, disse por telefone que não poderia comentar a denúncia porque “ainda não teve acesso aos autos”.

A vítima, o empresário Carlos Alberto Bettoni, de 56 anos, foi agredida por três apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia em que foi expedido o mandado de prisão contra o líder petista.

O empresário foi empurrado, bateu a cabeça em um veículo que passava pela rua e desmaiou (assista acima). Ao recobrar consciência, foi levado a pé ao Hospital São Camilo, que fica na mesma via. Ele sofreu traumatismo craniano, precisou ser operado e ficou 22 dias internado.

Agora, o caso deverá ser analisado por um juiz da Vara do Júri, que definirá se concorda ou não com a denúncia do MP. Se a decisão for favorável à tese da Promotoria, Maninho e o filho dele irão a júri popular.

Homem fica ferido após se chocar com caminhão em frente ao Instituto Lula (Foto: Leonardo Benassatto/Reuters)
Homem fica ferido após se chocar com caminhão em frente ao Instituto Lula (Foto: Leonardo Benassatto/Reuters)

Arquivamento
Além de Maninho e Leandro, o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, Paulo Cayres, o Paulão, também participou da agressão.

O promotor Felipe Eduardo Levit Zilberman, porém, não o denunciou, alegando que a agressão praticada por Cayres resumiu-se a um chute quando a vítima ainda estava na calçada, “não mais praticando qualquer ato violento na sequência”. Por isso, pediu o arquivamento da participação dele no caso.

Inquérito
A agressão foi registrada na Polícia Civil como lesão corporal dolosa (intencional). A promotora Cristina Hodas, do Fórum Regional do Ipiranga, porém, considerou que houve tentativa de homicídio e transferiu o inquérito para a Promotoria no Tribunal do Júri, que é responsável por crimes contra a vida.

“A força da batida da cabeça do ofendido contra o caminhão em face do qual foi empurrado por Manoel conseguiu provocar-lhe um traumatismo craniano e, especialmente, pela atitude dos inquiridos de simplesmente não prestar nenhum socorro à vítima, aceitando passivamente sua morte, mesmo estando o hospital praticamente no mesmo endereço, é prova clara do dolo eventual de homicídio dos três agressores”, disse a promotora em manifestação publicada na semana passada.

Na segunda, a Justiça decidiu encaminhar o processo para a Vara do Júri. Nesta quarta, o promotor Felipe Eduardo Levit Zilberman concordou com a posição de sua colega Cristina Hodas e decidiu oferecer a denúncia por homicídio.

Fonte: G1

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