quinta-feira, maio 10, 2018

Perícias confirmam que tubarão atacou banhista no Grande Recife

Homem foi atacado por tubarão no mar de Piedade, no Grande Recife (Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação)
Homem foi atacado por tubarão no mar de Piedade, no Grande Recife (Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação)

As perícias realizadas pelo Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarão (Cemit) confirmaram que o banhista que teve o braço e a perna amputados foi atacado por um tubarão, em incidente ocorrido na praia de Piedade, em Jaboatão, no Grande Recife. Com isso, o ataque passa a fazer parte das estatísticas oficiais.

Segundo o órgão, esse foi o 64º incidente com tubarão, em Pernambuco, desde 1992, quando essas ocorrências começaram a ser monitoradas. Em nota, o Cemit aponta que o incidente foi "presumivelmente provocado por tubarão tigre". O resultado do parecer técnico fez parte da reunião ocorrida na quarta-feira (9).

Em nota, o Cemit informou, ainda, que além dos animais, estuda o comportamento humano, já que “o tubarão encontra-se no ambiente dele”. Pablo Diego Inácio de Melo, 34 anos, foi atacado no dia 15 de abril e teve a perna e mão direitas amputadas pelos médicos do Hospital da Restauração (HR), no Centro do Recife, onde está internado.

O hospital informou, nesta quinta-feira (10), que o paciente tem feito pequenas cirurgias reparadoras, que já estavam previstas pela equipe médica. O estado de saúde dele continua estável.

Hospital da Restauração fica na área central do Recife (Foto: Reprodução/TV Globo)
Hospital da Restauração fica na área central do Recife (Foto: Reprodução/TV Globo)

Entenda o caso
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o chamado para socorrer Pablo Diego foi feito às 14h38 do dia 15 de abril. O incidente aconteceu na altura da Igreja de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes. Depois dos primeiros socorros feitos por duas equipes de bombeiros, Pablo foi levado de helicóptero ao Hospital da Restauração.


Segundo o oficial de operações do Grupamento Marítimo (GBmar) que participou do atendimento, capitão Arthur Leone, o homem estava numa área sinalizada por placas, com água na altura da cintura, quando foi mordido.

Os médicos chegaram a afrimar que o estado de Pablo era gravíssimo e que havia risco de morte. Após passar a respirar sem a ajuda de aparelhos, Pablo Diego conversou com a mãe no hospital. Ela disse que o filho contou que lutou com o tubarão ao ser atacado.

Grande Recife recebeu em 2016 novas placas de alerta sobre ataques de tubarão (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press)
Grande Recife recebeu em 2016 novas placas de alerta sobre ataques de tubarão (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press)

Outros casos
Em janeiro de 2018, um surfista de 20 anos foi ferido por um tubarão no arquipélago de Fernando de Noronha, em Pernambuco. O jovem, natural da Bahia, surfava na Praia da Conceição no final da tarde de 12 de janeiro quando caiu da prancha e foi mordido. Encaminhado a uma unidade de saúde, o jovem teve alta no mesmo dia por se tratar de um ferimento leve.

Em dezembro de 2015, um turista do Paraná foi atacado por um tubarão na Praia do Sueste, também em Fernando de Noronha. O homem estava mergulhando no momento do ataque e teve a mão e parte do braço amputados.

Márcio de Castro Palma da Silva foi mordido por um tubarão na Baía do Sueste, em Fernando de Noronha (Foto: Reprodução / TV Globo)
Márcio de Castro Palma da Silva foi mordido por um tubarão na Baía do Sueste, em Fernando de Noronha (Foto: Reprodução / TV Globo)

Segundo o International Shark Attack File (Arquivo Internacional de Ataques de Tubarão, em inglês) da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, esse foi o único caso de ataque de tubarão verificado no Brasil em 2015.

Em 2013, uma jovem de 18 anos, de São Paulo, foi atacada por um tubarão na Praia de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Atacada em 22 de julho, ela faleceu no dia seguinte, após ter sido internada no Hospital da Restauração.

Contagem oficial de casos
Em Pernambuco, a contagem começou a ser feita pelo Cemit há 26 anos, quando os casos passaram a ser mais recorrentes no estado. Desde 1992, 24 pessoas morreram vítimas de tubarões no litoral pernambucano. No mesmo período, o órgão registrou 63 incidentes, termo utilizado para enquadrar ocorrências envolvendo seres humanos e tubarões.

Segundo o Cemit, a ocorrência registrada no domingo (15) ainda não faz parte da contagem pois precisa ser estudada, como é de praxe. Segundo o presidente do órgão, Leodilson Bastos, é preciso saber se é possível considerar realmente um incidente com tubarão antes de inseri-lo nas estatísticas.

A conscientização atrelada à pesquisa vem sendo o caminho escolhido pelo Cemit para prevenir incidentes. A abertura de editais para o desenvolvimento de pesquisas que ajudem a criar métodos de proteção aos banhistas e ao ecossistema marinho é uma das principais medidas, segundo o órgão.

Fonte: G1

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