quarta-feira, maio 03, 2017

Advogada suspeita de participação em mega-assalto é expulsa do Paraguai

A advogada expulsa do Paraguai foi entregue à polícia brasileira na aduana da Ponte da Amizade, na fronteira com Foz do Iguaçu (PR) (Foto: Marcon Landim/RPC)

A advogada brasileira, de 36 anos, presa na terça-feira (2) em Ciudad del Este, no Paraguai, suspeita de ligação com o mega-assalto à transportadora de valores Prosegur, foi expulsa do país vizinho e entregue à polícia brasileira. A operação foi feita na manhã desta quarta-feira (3) na Ponte Internacional da Amizade, na fronteira com Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.
De acordo com a ordem judicial, a determinação leva em conta o mandado de prisão expedido contra ela pela justiça paulista. A brasileira é uma das 54 pessoas investigadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Presidente Prudente (SP) na Operação Ethos por envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Ela estava foragida desde novembro de 2016.
A suspeita foi presa no apartamento onde estava morando com o companheiro, que também foi expulso por documentação irregular. No local, que fica no Centro da cidade, estavam também a mãe e o pai da brasileira. Ela disse que a filha é advogada criminalista e que auxilia presos doentes e confirmou que estava morando naquele endereço havia ao menos quatro meses.
“Ela é encarregada da administração geral do PCC [Primeiro Comando da Capital], responsável por administrar quantias de dinheiro reservadas para casos como o de prisão de algum integrante ou de feridos em confrontos. Agora vamos intensificar as investigações para demonstrar a participação direta dela neste caso do assalto à Prosegur”, comentou o subcomandante da Polícia Nacional, Bartolomeu Baez, logo após a prisão.
Nesta quarta, o chefe de comunicação da Polícia Nacional, Augusto Lima, disse, no entanto, que por enquanto ainda não há nada que prove a ligação dela com o roubo.
No mesmo dia do assalto, quando foram levados US$ 11,7 milhões do cofre da empresa, o ministro do Interior do Paraguai, Lorenzo Lezcano, declarou acreditar que a metodologia usada no assalto pode ser atribuída ao PCC. O governo paraguaio também investiga a suposta participação de policiais no roubo e negligência nas buscas.
Desde o dia 23, três suspeitos foram presos pela polícia paraguaia e 15 pela polícia brasileira durante as buscas nos dois países. Outros três foram mortos. Dos presos no Brasil, sete foram liberados pela justiça.
E, em nota divulgada nesta quarta, a Polícia Federal informou que manterá em sigilo todas as informações relacionadas à investigação sobre o assalto no Paraguai. A decisão foi tomada em função da periculosidade dos criminosos envolvidos.
Organização criminosa
De acordo com o promotor do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em Presidente Prudente (SP), Lincoln Gakya, a advogada estava entre os cinco investigados ainda foragidos.
A Operação Ethos foi deflagrada no fim de novembro de 2016 para o cumprimento de 54 mandados de prisão preventiva, 14 deles contra pessoas já presas, entre elas o traficante Marcos Camacho, o Marcola.
“Ela desempenha um papel importante dentro do PCC em relação aos advogados que trabalham para a facção criminosa”, observou o promotor.
O inquérito policial sobre o caso foi instaurado em maio de 2015 para apurar crimes de organizações criminosas, lavagem de dinheiro, associação para fins de lavagem, exploração de prestígio e corrupção ativa.
As investigações começaram após informações reveladas através de uma carta que foi interceptada por agentes da Penitenciária “Maurício Henrique Guimarães Pereira”, a P2 de Presidente Venceslau, no dia 11 de maio de 2015, durante procedimento de varredura de rotina na unidade.
Veja a lista completa de itens apreendidos até o momento:
7 fuzis
1 pistola
2 coletes balísticos
R$ 219.450,00
G$ 733.640.000,00
US$ 1.275.030,00
2 embarcações
7 quilos de explosivos
O assalto
Segundo a polícia vizinha, os ladrões fortemente armados invadiram a sede da transportadora de valores Prosegur. Eles explodiram a entrada da empresa e trocaram tiros com vigilantes. A ação durou aproximadamente três horas e eles fugiram com dinheiro.
Um policial paraguaio que estava em um carro em frente à empresa foi morto pelos bandidos.
A sede da transportadora de valores fica a 4 quilômetros da Ponte Internacional da Amizade, na fronteira com Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.

Fonte: G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!