terça-feira, outubro 25, 2016

Delegado descarta 20 anos de cárcere em SP: 'Ele não teria sobrevivido'

 http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/O delegado Celso Marchiori descartou, em entrevista à Globonews na tarde desta segunda-feira (24), que Armando Bezerra, de 36 anos, tenha sido mantido em
cárcere privado pelo pai e a madrasta durante 20 anos na residência da família no bairro dos Pimentas, em Guarulhos, na Grande São Paulo.
“É um local insalubre, ele não teria sobrevivido. Não tem luz”, afirmou. Titular do 8º Distrito Policial de Guarulhos, Marchiori é responsável pela investigação do caso.
Armando Bezerra foi encontrado pela polícia na última quinta-feira (20) preso em um quarto nos fundos da casa. Vizinhos acusam a família de manter o rapaz em cativeiro por duas décadas.
Na ocasião, a polícia civil procurava um traficante de drogas na região. O agente entrou por coincidência na casa durante a investigação e acabou se deparando com Armando em um pequeno cômodo do terreno com péssimas condições de higiene.
"Ele levantou muito debilitado e ele não falava nada. Não sabíamos se ele estava assustado, dopado. Ele não identificou que nos éramos policiais. Mandamos socorrer imediatamente para o hospital", revela o delegado.
Bezerra foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado a um hospital municipal. Ele segue internado, e está na ala psiquiátrica. Segundo vizinhos que acompanharam a ação dos policiais, Armando estava amarrado à cama, com uma barba e unhas enormes, além de muito debilitado fisicamente.
O pai, Amâncio Bezerra de Andrade, disse ao delegado que o filho tinha saído de casa com 18 anos e retornado na última segunda-feira (17). Ele ainda afirmou que o filho é dependente químico e teria pedido ao pai que o mantivesse preso para que não saísse comprar drogas. O delegado pedirá um exame toxicológico para verificar se a informação sobre Armando ser usuário de drogas é verdadeira.
Em entrevista à GloboNews, Amâncio disse que filho deixou a casa dizendo que iria morar com os primos, no Norte do país, e só voltou para Guarulhos na semana passada. O pai relata que nunca o procurou durante o período em que ele esteve fora. "Ele já é de maior. Eu sou pai dele. Nunca deu notícia para mim”, justificou.
Segundo o delegado, por conta da repercussão do caso, o pai e madrasta deixaram a residência e estão morando no interior, mas como informaram à polícia o novo endereço, não podem ser considerados foragidos.
De acordo com Marchiori, Amâncio cometeu crime ao manter Armando em cativeiro, mesmo que tal ação tenha sido feita a pedido do rapaz. “Ninguém pode querer que sua liberdade seja privada", garante.
Entretanto, ele afirma que só irá pedir a prisão preventiva do pai após a andamento das investigações. 15 pessoas prestarão depoimento na tarde desta segunda (24).
“Da mesma forma que eu não acreditei totalmente no que o pai disse, não posso acreditar em diz que me diz. Formado todos esses indícios, aí eu posso representar pela prisão.”


Fonte: G1

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