Um corpo carbonizado foi encontrado nesta quinta-feira (29) em um canavial incendiado nas imediações do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) em
Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) informou que até a noite desta quinta-feira já haviam sido recapturados 295 presos, "que estão sendo encaminhados a unidades penais de regime fechado". A SAP instaurou sindicância para apurar o ocorrido.
Cerca de oito presos ficaram feridos e foram levados a hospitais de Ribeirão Preto (SP) e de Jardinópolis. Policiais fizeram buscas pela região durante todo o dia e os trabalhos vão se estender pela noite desta quinta-feira.
"Nós localizamos um corpo queimado e tudo leva a crer que é um detento foragido. Pelo local ermo, a cana alta, ele não conseguiu fugir das chamas. Tem que ter diligências para ver se acham mais corpos no canavial queimado. É um trabalho árduo", disse o delegado César Augusto de França.
Em nota, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou que o tumulto começou durante uma revista de rotina. Segundo a Secretaria, não houve reféns e a situação foi controlada pelo Grupo de Intervenção Rápida da SAP, com apoio da Polícia Militar.
Os presos atearam fogo em colchões de um dos pavilhões do presídio, derrubaram uma grade de quatro metros de altura e fugiram a pé pela Rodovia Cândido Portinari. Segundo a PM, alguns dos fugitivos se esconderam no meio de canaviais, às margens da via.
De acordo com testemunhas que pescavam no Rio Pardo, próximo à Rodovia Cândido Portinari, quatro presos chegaram até as margens do rio e pularam na água. Três dos fugitivos conseguiram atravessar até o outro lado e um deles sumiu.
Polícia Civil informou que buscas por fugitivos continuarão durante a noite (Foto: Reprodução/EPTV)
Recapturados
Os fugitivos recapturados foram colocados no pátio da unidade prisional para contagem e o CPP passa por uma varredura. Segundo a SAP, outros detentos foram encaminhados para o Centro de Detenção Provisória de Ribeirão Preto (SP).
No início da tarde, familiares dos presos começaram a chegar ao presídio para acompanhar a situação no local. O CPP de Jardinópolis tem capacidade para 1.080 presos em regime semiaberto e atualmente abrigava 1.864 detidos.
"A causa realmente dessa rebelião tem que ser apurada, o que motivou esses presos a se rebelar ao ponto de fazer uma rebelião justamente numa unidade de semiaberto. Isso posteriormente vai ser apurado", disse o coordenador da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Anderson Romão Polverel.
Interior de prédio pega fogo no CPP de Jardinópolis, SP, durante rebelião (Foto: Reprodução/EPTV)
Sindicância
Em nota, a SAP informou que não há motivo para que os presos realizassem motim, "salvo o descontentamento com a revista rotineira que foi realizada, cujo objetivo é a apreensão de celulares, drogas e outros objetos proibidos."
A Secretaria justificou que a maioria exerce atividade laboterápica: 253 trabalham em empresas fora do presídio e outros 1.349 dentro da unidade, 243 estudam e 419 participam de cursos profisisonalizantes.
Ainda de acordo com a SAP, a alimentação é produzida na cozinha do próprio CPP, por presos devidamente treinados. A pasta exemplifica também que, na saída temporária do Dia dos Pais, dos 1.166 presos liberados para visitas, 1.131 retornaram, ou seja, 97% do total.
"Por se tratar de unidade penal de regime semiaberto, de acordo com a legisação brasileira, é todo circundado por alambrados e não conta com vigilância armada, a exemplo do que acontece nos presidios de regime fechado", diz o comunicado.
A SAP instaurou sindicância para apurar o ocorrido.
Presos em fuga colocaram fogo no canavial ao lado do CPP de Jardinópolis, SP (Foto: Reprodução/EPTV)
Fonte: G1
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