segunda-feira, julho 06, 2015

Dom Orani diz após assalto que cadeia é 'pós-graduação' do crime

Dom Orani esteve no Outeiro da Glória (Foto: Marcelo Elizardo / G1)O arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, falou na tarde desta segunda-feira (6) sobre o assalto que sofreu neste domingo (5), o segundo em menos de um ano. O
arcebispo disse achar que os ladrões eram jovens, possivelmente menores, e que, se forem presos, irão fazer uma "pós-graduação" do crime.
"Acho que se você prendê-los eles vão fazer uma pós-graduação. Tem que recuperar com educação, de outra forma, de outra maneira, que os levem a sentir que têm valores que podem vir à tona, não só o mal", disse.
O cardeal ainda disse que reza para que os assaltantes encontrem um caminho fora do crime. "O que aconteceu comigo acontece com tanta gente. O fato de um ser cardeal arcebispo chama a atenção. Eu rezo para que esses jovens encontrem famílias e pessoas que os ajudem a mudar de vida e serem felizes."


Mais cedo, a Arquidiocese do Rio divulgou nota sobre o assalto. A instituição afirmou que a preocupação primeira de Dom Orani foi com a integridade física de todos os ocupantes do veículo e tal episódio só demonstra o quanto o Cardeal não está distante da realidade de seu povo.
Dentro do veículo assaltado, além do motorista e do cardeal, que estava no banco da frante, também havia um casal de amigos italianos como passageiros.
"Quatro bandidos fortemente armados interceptaram o veículo, anunciaram o assalto e levaram o motorista como refém. Alguns metros depois ele foi liberado, mas os bandidos seguiram com o carro, além dos pertences pessoais de todos os ocupantes. Apesar do susto, ninguém se feriu e todos passam bem", informou a Arquidiocese.

Carro encontrado
Segundo a polícia, os criminosos estavam em uma Palio e chegaram a bater no carro da Arquidiocese para obrigá-los a parar. O carro foi encontrado batido em Coelho Neto, no Subúrbio, nas proximidades do Morro da Pedreira.
O motorista do carro chegou a ser levado pelos criminosos, mas foi liberado cerca de 200 metros depois. Além do carro, os criminosos levaram celulares, carteiras, relógios e o cordão do arcebispo e o material litúrgico utilizado na missa que Dom Orani havia acabado de celebrar em Campo Grande, na Zona Oeste. Este é o segundo assalto sofrido pelo arcebispo em menos de um ano.
Segundo a polícia, o motorista do cardeal foi ouvido e encaminhado para confecção de retrato falado, mas não conseguiu descrever os assaltantes.  Os agentes também buscam por câmeras de segurança na região que possam ajudar a identificar os suspeitos. O cardeal e o casal que o acompanhava serão chamados para prestar depoimento.
Moradores do bairro de Quintino reclamam da violência na região. "Há um mês tentaram me assaltar na Praça de Quintino às 6h30 da manhã.  Aquela área está abandonada. Só não levaram o carro porque a chave quebrou na ignição. O policiamento é tão ruim ali que até os pedestres têm sofrido muito. Está tendo assalto o tempo inteiro", afirmou o comerciante  Paulo Carvalho, de 51 anos, que depois da tentativa de assalto passou a deixar o carro da marca Honda CRD na garagem e passou a utilizar outro modelo mais simples e menos visado para trabalhar.
Outro assalto
Em setembro do ano passado, o arcebispo foi roubado em Santa Teresa, no Centro do Rio, quando estava no carro com o motorista, um fotógrafo e um seminarista, quando foi rendido por três criminosos que roubaram o anel, o cordão e o crucifixo do cardeal. Os ladrões, no entanto, abandonaram boa parte do que tinham roubado.

Fonte: G1

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