sexta-feira, maio 15, 2015

A pé, fotógrafo parte em jornada para retratar a vida à beira de rodovia no RN

Ney Douglas conta que preciso manter um olho na pista, para ter cuidado com o tráfego, e outro na paisagem (Foto: Ney Douglas/G1)Animais mortos, vegetação seca, casebres abandonados. Nada escapa às lentes do repórter fotográfico Ney Douglas, de 37 anos. Juntamente com os primeiros
raios de sol desta quinta-feira (14), ele deu início a concretização de um antigo projeto pessoal: a pé, e ao longo de quase 270 quilômetros, registrar a vida do sertanejo à beira da BR-304, rodovia que liga a região Metropolitana de Natal a capital potiguar à boa parte dos municípios da região Oeste do estado. O destino é a cidade de Campo Grande, onde mora parte da família dele.
Ainda no início da jornada, logo após partir da cidade de Macaíba, na Grande Natal, Ney atendeu o telefone para falar com o G1. Ele disse que a caminhada tem dois objetivos. O primeiro, documental, é selecionar 50 imagens para uma exposição que ele pretende fazer no mês de junho, ainda sem data definida. “Dessa exposição, que se chama Caminhos de um Sertão, posso até preparar um livro de fotografias”, revelou. “O segundo objetivo tem a ver comigo mesmo. Quero chegar em Campo Grande no dia 28. Portanto, são 14 dias de caminhada, duas semanas andando e pensando, tempo que eu pretendo aproveitar para refletir bastante, amadurecer por dentro. Passei por alguns problemas, e agora estou em busca de paz interior”, ressaltou.

Uma das paradas é a cidade de Caiçara do Rio do Vento, que fica a 20 quilômetros de Ricachuelo, onde o fotógrafo passou a primeira noite (Foto: Ney Douglas/G1)Uma das paradas é a cidade de Caiçara do
Rio do Vento, que fica a 20 quilômetros de
Ricachuelo, onde o fotógrafo passou a primeira noite
(Foto: Ney Douglas/G1)
O pau de selfie é um acessório indispensável. “Até mais importante que o tênis. No primeiro dia exagerei um pouco. Caminhei 45 quilômetros até a cidade de Riachuelo, onde cheguei com os pés bastante machucados, com bolhas. Por isso estou usando sandálias agora”, revelou. Para esta segundo dia de aventura, Ney pretende andar menos para poder descansar mais. “De Riachuelo até Caiçara do Rio do Vento sãs uns 15 quilômetros. Quando chegar lá vou dar uma parada para repor as energias. E só retomo a caminhada no sábado (16)”, afirmou.
O fotógrafo explicou ainda que as imagens que ele pensa em selecionar precisam contar histórias. “Não pode ser uma foto comum, do cenário que todos já estão acostumados a ver. Quero dar vida às imagens”, pontuou. Para isso, Ney conta que a concentração precisa acompanhar cada passo dado. “É um olho na pista, para ter cuidado com o tráfego, que em alguns trechos é bastante pesado, e outro na paisagem. Estou encontrando muitas comunidades rurais, gente que vive na beira da estrada, gente que também abandonou o lugar onde morava por conta da seca. Estou vendo muitas construções antigas, ruínas que contam um pouco do sofrimento do sertanejo. É isso que eu quero”, finalizou.

Objetivo da aventura, segundo Ney, é buscar paz interior e também imagens para fazer uma exposição fotográfica no mês de junho (Foto: Ney Douglas/G1)Objetivo da aventura, segundo Ney, é buscar paz interior e também imagens para fazer uma exposição fotográfica no mês de junho (Foto: Ney Douglas/G1)

Fonte: G1

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