Juiz pede a saída de diretor da Coape antes mesmo da nomeação

Primeiro foi o tenente da PM, Leonardo Freire e por último o mineiro Luiz Danúzio. Ambos foram nomeados como titulares da Coordenadoria de Administração

Penitenciária (Coape), mas deixaram o cargo diante da crise que vive o sistema prisional do Rio Grande do Norte. Nos últimos dias, informações dão conta que um memorando que circula no órgão aponta Eider Brito como o novo coordenador para a Coape. Entretanto, mesmo antes de ser nomeado, o nome de Eider já está cercado de polêmica.

Nesta quinta-feira (2), o juiz de Direito da Vara Criminal da Comarca de Caicó, Luiz Cândido Villaça, enviou um ofício para o secretário de Justiça e Cidadania (Sejuc), Edilson França, recomendando a não nomeação de Eider. “Em contato rotineiro com o diretor da Penitenciária Estadual de Caicó, este magistrado tomou conhecimento do Memorando Circular nº 019/2015 – COAPE-SEJUC onde conta que o Sr. Eider Pereira de Brito foi designado para responder interinamente pela coordenadoria da Coape”, disse o juiz em ofício divulgado pelo blog de Marcos Dantas.

Segundo Luiz Villaça, a “questão é grave e deve ser tratada de maneira transparente”. Para o juiz, Eider não reúne os predicamentos para exercer tal cargo. O motivo seria o fato de que Eider, quando exercia o cargo de vice-diretor do Presídio Estadual do Seridó, foi denunciado pelo Ministério Público por estelionato. “Assim sendo, acreditando que não exista situação ruim o suficiente que não possa piorar, informo, por dever de lealdade, que caso o Governo do Estado insista na indicação, este magistrado, nos limites da lei e do poder outorgado pela Constituição Federal aos membros do Poder Judiciário, não poupará esforços no sentido de fiscalizar previamente todos os atos praticados pela pessoa acima mencionada no que concerne ao Presídio Estadual do Seridó, uma vez que não existe qualquer vínculo de confiança entre esse magistrado e o Sr. Eider Pereira de Brito”.

O juiz finaliza afirmando que não deseja interferir no Poder Executivo, “mas não é possível que a designação para um cargo de tal relevância recaia sobre um nome com histórico criminal, sob pena de se instalar oficialmente o caos que já se encontra oficiosamente instalado no sistema prisional local”.

O Jornal de Hoje tentou contato com o secretário Edilson França para que ele comentasse o caso, mas o telefone do titular da Sejuc estava desligado.

Fonte: Portal JH