quinta-feira, abril 02, 2015

Casa desmorona e nove imóveis são interditados em bairro de Rio Branco

Casa desmoronou no bairro Seis de Agosto, em Rio Branco (Foto: Aline Nascimento/G1)A Defesa Civil interditou, na manhã desta quinta-feira (2), nove imóveis no bairro Seis de Agosto, em Rio Branco, que correm o risco de sofrer desbarrancamento. A equipe
foi até o local, na rua 1º de Maio, após uma casa desabar na madrugada desta quinta-feira (2). Pela manhã, a Defesa Civil avaliou as casas e está fazendo a retirada das famílias. Doze famílias foram retiradas dos imóveis, o que soma cerca de 42 pessoas.
Mãe de dois filhos, a dona de casa Maria Simone, de 21 anos, diz que não tem para onde ir com sua mãe e seu irmão cadeirante de 28 anos. Todos moravam na casa que foi interditada pela equipe. Ela mora ao lado da casa que desabou e com lágrimas nos olhos, conta como foi saber que não poderá voltar para sua casa.
"Estava há um mês fora de casa. Estávamos na casa de uma amiga no bairro da Base. Me ligaram de madrugada dizendo que aqui estava caindo tudo e o pior é que eu voltaria para a casa hoje", lamenta.
A dona de casa mora há oito anos no local e conta que sempre sofreu com a cheia do rio. Para não ir para o abrigo, Maria disse que optou ficar na casa de uma amiga com a  família.
Maria Marilene, 30, conta que ouviu os ruídos pela madrugada e chegou a ver o desmoronamento. "A gente ouviu uns estalos e ai a vizinha ligou para o Corpo de Bombeiros, começamos a levar as coisas para fora das casas. A Eletroacre veio cortar a energia e o barranco começou a levar tudo, a sorte é que não tinha ninguém dentro das casas".
O coordenador da Defesa Civil Municipal, coronel George Santos, explica que esses desbarrancamentos são causados devido à cheia que atingiu a cidade e principalmente os bairros que fica às margens do Rio Acre.
"Quando o rio está cheio, ele pressiona muito forte a margem, quando ele baixa a tendência é que a margem se acomode, com isso acontece o processo erosivo ou de solopamento, que é como se a terra estivesse se desmanchando. A consequência disso é que as edificações às margens do rio sofrem um colapso. Como atitude preventiva, estamos fazendo a remoção das famílias para preservar a integridade delas", destaca.
O prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre, esteve no local e informou ao G1 que a Defesa Civil interditou nove edificações no local, sendo duas delas, quarteirões. "Já providenciamos a retirada das famílias. Graças a Deus que, mesmo o desbarrancamento tenha ocorrido durante a madrugada, ninguém saiu ferido. As famílias serão removidas para um lugar seguro, até que nós possamos ver o que será feito", explicou.
Alexandre disse ainda que algumas famílias devem ficar em casa de parentes, outras serão encaminhadas para o Aluguel Social. "A maioria das famílias já têm cadastro na Secretaria de Habitação, as que não têm, vamos providenciar. As que não tiverem um lugar para ir vão para o Aluguel Social", reafirmou.
O Rio Acre, na manhã desta quinta-feira (2), está em 9,97 metros. No único abrigo que ainda está funcionado, no Parque de Exposições Marechal Castelo Branco, estão 200 famílias, totalizando 300 pessoas. A previsão da Defesa Civil é que até domingo (5) todas as famílias tenham sido retiradas do abrigo.

Nove edificações foram interditadas no local (Foto: Aline Nascimento/G1)Nove edificações foram interditadas no local (Foto: Aline Nascimento/G1)

Cheia histórica
O Rio Acre atingiu a marca histórica de 18,40 metros, no dia 4 de março, em Rio Branco. A cheia desabrigou mais de 10,4 mil pessoas em 53 bairros. No total, em torno de 87 mil pessoas foram afetadas diretamente pela cheia. Na capital, 12 bairros ainda estão alagados.
A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil reconheceu no dia 4 deste mês o estado da calamidade pública por rito sumário para as cidades de Rio Branco e Brasileia. A portaria foi publicada no Diário Oficial da União. No dia 7 de março, o estado de calamidade foi reconhecido em Xapuri. O anúncio foi feito durante a visita do ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas.
Mais de 70 mil alunos tiveram que ficar fora das salas de aula nos município de Rio Branco, Brasileia, Epitaciolândia, Xapuri, Cruzeiro do Sul, Feijó e parte de Tarauacá por conta da cheia do Rio Acre. A Secretaria Estadual de Educação chegou a informar na época que 40% deses alunos são moradores da capital.
Mais de 20.629 unidades consumidoras de Rio Branco tiveram o fornecimento de energia interrompido devido à cheia histórica do Rio Acre. Os bairros Cidade Nova, Habitasa, Seis de Agosto, Taquari e Baixada da Cadeia Velha foram os mais afetados. A Estação de Tratamento de Água (ETAII) também chegou a ser invadida pelas águas do Rio Acre com a cheia.
A presidente Dilma Rousseff veio ao Acre, no último dia 11, para entregar mais de 900 casas populares aos desabrigados da cheia em Rio Branco. Ela prometeu que até junho deste ano serão entregues mais 1.217 casas populares. Após a visita da presidente, desabrigados desencadearam uma série de manifestações exigindo receber também casas populares.

Defesa Civil interditou casas para preservar a vida das famílias (Foto: Aline Nascimento/G1)Defesa Civil interditou casas para preservar a vida das famílias (Foto: Aline Nascimento/G1)

Fonte: G1

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