terça-feira, fevereiro 10, 2015

Diretores do Tarcísio Maia entregam os cargos

Resultado de imagem para Diretores do Tarcísio Maia entregam os cargosO Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) fica sem comando a partir de hoje. Todos os ocupantes de cargos de direção pediram
exoneração, alegando as péssimas condições de trabalho e a falta de medidas por parte do Governo do Estado, via Secretaria de Saúde Pública (SESAP).
O pedido de exoneração coletiva foi oficializado ontem ao governador Robinson Faria (PSD), através de documento assinado pela diretora-geral Danísia Freitas, diretor-médico Wedney Livânio e diretora-administrativa Neves Santos. Os diretores estavam no cargo desde o governo Rosalba Ciarlini (sem partido).
Com a decisão, o Governo Estadual vai ter que apressar a escolha dos novos diretores, uma vez que a crise no principal hospital público da região Oeste não pode ficar sem solução, principalmente devido à crise que se agravou nos últimos dias. Robinson Faria pretende dividir a tarefa de escolher os novos dirigentes com o prefeito Silveira Júnior (PSD), que tem sido responsável pela indicação de cargos na cidade. Existe, inclusive, um nome escolhido, do urologista Haroldo Duarte, mas este condicionou o “sim” às medidas saneadoras para tirar o Tarcísio Maia da crise, coisa que não foi feita até o momento.
Os diretores demissionários alegaram que já vinham suportando os problemas crônicos que afetam o hospital, mas não suportaram o agravamento do problema com o desabastecimento. Medicamentos básicos para atendimento de urgência não existem no estoque do Tarcísio Maia. Nos últimos dias, com o agravamento da crise, a direção pediu ajuda de outras unidades de saúde da cidade, que aceitaram “emprestar” remédios.
O problema foi constatado pela Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), subseção de Mossoró, em visita surpresa realizada na última sexta-feira, 4. Os membros da Ordem, inclusive, elaboraram um minucioso relatório que aponta a falta de diversos tipos de medicamentos e aparelhos essenciais que estão com defeito, como os de endoscopia e ultrassonografia.
Um dos membros da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Diego Tobias, relata que, de todas as dificuldades verificadas, a falta de medicamentos é mais preocupante. Ele observa que as famílias dos pacientes, mesmo que queiram comprar alguns desses remédios, não podem porque eles não são comercializados. “Estamos recomendando que toda a medicação que está em falta seja imediatamente adquirida pelo Governo do Estado”, adiantou.

ESTRUTURA
A Ordem vai encaminhar o relatório para a Secretaria de Saúde Pública do Estado. O documento apresentará o caos, tendo em vista que, além da falta de medicamentos e de aparelhos, a unidade de saúde sofre com a sua estrutura avariada.
Durante a inspeção, foi constatada a existência de goteiras no repouso masculino. Também chamou a atenção a obra de reestruturação da unidade hospitalar, parada há cerca de dois anos. Os membros da OAB verificaram que o material adquirido para a obra está exposto ao sol e à chuva, o que possivelmente impossibilitará o seu uso quando a obra for retomada, configurando grave desperdício de recursos públicos.

HRTM foi construído para ser referência na saúde pública
Construído há quase 30 anos, inicialmente com o nome de Tancredo Neves, o Hospital Tarcísio Maia (HRTM) nasceu como referência de boa assistência à saúde pública de Mossoró e região. Tornou-se um hospital de grande porte, com função de atendimento de urgência e emergência pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Estão nos serviços prestados: clínica médica; clínica cirúrgica; clínica pediátrica, UPI (unidade de pacientes infectados); traumatologia, oftalmologia, odontologia, cirurgia bucomaxilofacial; unidades de enfermagem; serviço social, nutrição e dietética; fisioterapia; terapia ocupacional e saúde ocupacional.  Conta, ainda, um centro cirúrgico, com 4 salas e uma unidade de terapia intensiva (UTI) com 9 leitos; serviço de diagnóstico e imagem como: raios-X, endoscopia, ultrassonografia e tomografia computadorizada, além de um laboratório de análises clínicas e outro de microbiologia.
Compõe o quadro funcional do Tarcísio Maia quase 650 funcionários, entre médicos, enfermeiros, farmacêuticos, bioquímicos, psicólogos, assistentes sociais, terapeuta ocupacional, fisioterapeutas, nutricionistas, técnicos e auxiliares de enfermagem, técnicos de raios-X, técnicos de tomografia, técnicos de laboratório, serviços gerais, vigilância, equipe administrativa e higienização. Além do pessoal terceirizado de higienização, vigilância e limpeza.

Fonte: Defato

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