Três dias depois do estabelecimento de um cessar-fogo entre Ucrânia e separatistas russos, o secretário-geral adjunto da ONU
para Direitos Humanos, Ivan Simonovic, afirmou nesta segunda-feira (08/09) que ao menos 3 mil pessoas morreram desde abril devido ao conflito no país. O dado inclui os 298 mortos decorrentes da queda do avião da Malaysia Airlines, em 17 de julho.
“Esse número engloba apenas as fontes disponíveis e pode ser significativamente maior”, lamentou Simonovic. Na conta da ONU, no entanto, não fazem parte as vítimas decorrentes dos protestos do final de 2013 na capital Kiev, onde teve início a crise na Ucrânia, quando o então presidente, Viktor Yanukovich, interrompeu negociações comerciais com a UE (União Europeia).
Apesar do acordo de paz assinado no final da semana passada, a UE deve implementar hoje novas sanções à Rússia. Os Estados Unidos, por sua vez, pretendem esperar o cumprimento do cessar-fogo antes de anunciarem mais medidas contra Moscou.
Do lado russo, o primeiro-ministro Dmitry Medvedev ameaçou suspender voos que passam pelo espaço aéreo do país caso outras sanções sejam confirmadas. A Rússia argumenta que não controla os separatistas do leste ucraniano e que não é parte do conflito próximo à sua fronteira.
Em entrevista coletiva na Suiça, o presidente da Osce (Organização para Segurança e Cooperação na Europa), Didier Burkhalter, afirmou que os próximos dias serão decisivos para avaliar a força do cessar-fogo.
"Não sou otimista em absoluto. Pode funcionar se quiserem, se os atores realmente derem uma oportunidade a uma solução duradoura", disse Burkhalter, que também é presidente da Suíça.
Libertação de soldados
Ao chegar hoje à região que concentrava a maior parte dos conflitos com os separatistas, o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, anunciou a libertação de 1.200 soldados de seu país. A troca de prisioneiros de guerra mediante a fórmula "todos por todos" é um dos principais aspectos do protocolo de 12 pontos assinado em Minsk (Belarus) para se conseguir um cessar-fogo entre o Exército ucraniano e os separatistas.
Fonte: Opera Mundi
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