terça-feira, setembro 30, 2014

Delator de padre Marcelo Rossi nunca será conhecido

Padre Marcelo em show de 2006, no Estádio do Morumbi, em São Paulo. Ele foi acusado de desvirtuar as práticas católicas e de transformar a missa em "circo"Independentemente de quem for, o religioso brasileiro que denunciou o padre Marcelo Rossi e suas práticas ao Vaticano, provavelmente sua
identidade nunca será conhecida do público.

Isso porque, de tudo o que faz, a Congregação para a Doutrina da Fé (Inquisição) tem a preservação da identidade dos delatores como um de seus fundamentos mais básicos e protegidos.

Há um motivo histórico para esse sigilo.

Tanto durante a Reforma Protestante como nos anos imediatamente a seguir à Revolução Francesa (1789), praticamente todos os católicos que foram acusados de ser delatores foram punidos das mais diversas formas --como a fogueira que eles próprio acenderam ou, no caso da França, linchados ou na guilhotina.

Somente entre 1789 e 1800 a estimativa é que foram mortos pelos revolucionários (e pela turba descontrolada), apenas na França, cerca de 40 mil padres e freiras.

Muitos desses haviam sido apontados como bajuladores do Vaticano e da Inquisição, e que haviam delatado muitos franceses como hereges e fariseus.

Esses padres e freiras foram perseguidos até os mais longínquos campos franceses, e, quando não eram guilhotinados, eram simplesmente espancados até a morte.

Seus corpos eram esquartejados e exibidos em pontos diferentes das cidades.

Quando a Inquisição condenava alguém que já havia morrido, seus ossos e restos eram exumados, jogados novamente numa fogueira, depois moídos e espalhados nos mais diversos lugares. O objetivo era que a alma penada do herege nunca mais descansasse e se encontrasse.

ATÉ MÚSICOS NA FOGUEIRA

Cabe lembrar que não só religiosos, mas até músicos foram mandados para a fogueira pelos inquisidores. Era proibido, por exemplo, tocar o chamado trítono --um intervalo de três tons inteiros entre dois acordes.

Se você não entende nada de teoria musical, basta assistir a algum filme de terror. Aqueles temas fantasmagóricos durante os momentos mais tenebrosos da película quase sempre são baseados em trítonos.

O trítono, diziam os padres, causa sensações e sentimentos satânicos nas pessoas. Uuuuuuuh!

Ou seja, se um organista de uma catedral católica por acaso errasse um acorde e caísse num trítono, podia ser retirado da igreja pelos cabelos e linchado pela multidão à sua porta.

Sempre em Nome de Deus, claro.

Fonte: Uol

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