terça-feira, setembro 30, 2014

Atleta é espancada após reagir a um assalto em frente ao campus

Remadora Bianca Miarka é espancada após reagir a assalto em frente ao campus da USP. Foto: Divulgação A remadora Bianca Miarka, 32 anos, foi espancada em frente a um dos portões da Universidade de São Paulo, no Butantã, na manhã deste
domingo (28), por dois assaltantes. A atleta estava chegando para disputar o campeonato brasileiro de remo, realizado na universidade.

Bianca reagiu e tentou desarmar um dos bandidos, mas acabou levando vários chutes nas costas e na cabeça. Os assaltantes conseguiram fugir em uma moto com a mochila da jovem.

A vítima foi socorrida por funcionários e guardas da universidade e foi encaminhada para o hospital universitário.

Em seu blog, a atleta publicou um texto criticando a falta de policiamento na USP:

Semana passada, cheguei em São Paulo para competir o Campeonato Brasileiro de Remo 2014. A maior surpresa foi na entrada da raia, onde existiam jornalistas em razão da trágica morte do jovem que participava de um evento dentro da própria Universidade. Naquele momento pensei “a USP não é mais segura como antigamente.”

Ontem fui a “bola da vez”, para ir ate a raia olímpica, peguei o ônibus que normalmente transporta os estudantes e funcionários do Metro Butantã até os pontos distribuídos na Cidade Universitária. Porém, os portões estavam todos fechados e o motorista nos deixou em frente ao portão 3, na avenida Corifeu.

Naquele momento, a única coisa que me preocupava era o horário, pois passava das 6:40 da manhã e ainda precisava aquecer para as finais do Nacional. Enquanto eu caminhava para o portão de entrada, dois rapazes pardos de capacete pararam uma moto CG azul marinho ao meu lado.

O jovem que estava na garupa estendeu uma arma e disse a famosa frase “passa a mochila”. Calmamente, perguntei para ele se eu poderia retirar um documento para apresentar na competição e para outros tramites que estavam por vir. O assaltante negou e apresentava sinais de alteração psicológica. Nesse instante, percebi que minha vida poderia estar em jogo e rapidamente retirei a arma do bandido.

Em legítima defesa, entrei em luta corporal com esse assaltante que gritava por ajuda para o comparsa que dirigia a moto. Infelizmente, esse segundo infrator saiu da moto e me atacou na cabeça com o próprio capacete. Na tentativa de evitar ser mais lesionada, virei para defender-me, mas o capacete acertou o meio de minha testa e cai no chão. Os infratores continuavam batendo em mim, mesmo após pegar os meus pertences e acredito que só tenham fugido após verem os sangramentos no rosto e na cabeça.

Hoje, estou com diversos hematomas e machucados pelo corpo, não pude competir na final do brasileiro em razão das lesões, na mochila que os bandidos levaram tinham documentos, um speedcoach para usar em corrida de remo, outros objetos pequenos e meus bens mais preciosos – a dignidade, a autoestima e o respeito.

Até quando precisaremos de um mártir social para melhorar a segurança nas regiões da USP? Quantos corpos terão que ser encontrados? Eu tive sorte de ter praticado 25 anos de esportes de combates o que serviu para minha auto-defesa, mas quantos jovens e mulheres serão encontrados mortos ou espancados no futuro por falta de segurança?

Fonte: IG

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