terça-feira, agosto 12, 2014

Mato, lixo e destruição: cemitério de Igapó resiste abandonado espera reforma

Quem visita o cemitério da zona Norte tem impressão que o local “sobreviveu” a um terremoto. Moradores da vizinhança estão revoltados com a situação de abandono. Foto: Wellington RochaQuem chega ao Cemitério Público de Igapó, na zona zorte de Natal, se assusta com o cenário de abandono que toma conta do local. Sem definição de ruas e quadras, os
pequenos espaços entre os jazigos estão tomados por mato, flores ressecadas pelo tempo, lixo e túmulos com as tampas quebradas. Os muros que circulam o estabelecimento também necessitam de atenção, pois apresentam partes destruídas pela força das chuvas e atos de vandalismo. Moradores próximos denunciam ainda que durante a noite, é constante a presença de usuários de drogas.

Vizinha do cemitério, a estudante Fernanda Fernandes disse que mesmo tendo enterrado seu pai no local, não costuma ir lá ou deixar alguma coisa em homenagem ao parente, por causa do clima de descaso existente. Ela afirmou que parte do muro do cemitério, na esquina das ruas Salvador e Campo Santo, caiu desde o final do ano passado e até o momento, não foi refeito.

“É triste e revoltante ver tanto abandono e pior é saber que sempre foi assim, porque moro aqui há 30 anos e nunca vi nada disso mudar. Já deixei muitas coroas e vasos com flores para meu pai, que está enterrado aí, mas há alguns anos não faço mais, porque sempre levam rápido. Hoje, também não entro lá, tem muito mato, lixo, plantas com espinhos, prefiro homenagear meu pai de outra forma”, desabafou.

Segundo o servidor Francisco Monteiro, o muro caiu há cerca de um mês e até o momento, apenas na parte de trás do cemitério, na Rua Felipe Camarão, é que há uma empresa terceirizada pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur) terminando a construção da calçada para pedestres. “É bom que eles refaçam o muro todo e não apenas essa parte, porque a situação é crítica”, falou.

Segundo o administrador do local, Altamir Andrade, um dos principais problemas enfrentados por ele é a desorganização com que os túmulos e jazigos foram construídos na área, que existe há mais de cem anos e guarda os restos mortais de Tomaz Landim e José Santiago, que era dono do terreno onde o cemitério foi erguido. “São mais de mil túmulos existentes aqui e não tenho pessoal para fazer a manutenção dele, por isso, acaba ficando dessa forma”, disse.

Recuperação será entregue até o Dia de Finados

O muro que cerca o equipamento público deve ser totalmente reconstruído até o final de outubro, segundo o diretor de cemitérios da Semsur, Kellington Gama. Ele explicou que uma parte do paredão foi derrubado pela força das chuvas e outra, por moradores próximos, numa forma de obrigar a Prefeitura a refazer toda a estrutura e não apenas uma parte, como estava licitado antes.

“Foi um ato de vandalismo, porque a própria sociedade derrubou parte da parede que é antiga e frágil. Por causa disso, tivemos que fazer algumas adequações no processo de licitação original, para a recuperação do muro e a construção da calçada externa, que não existia antes. Já concluímos a retirada do mato da área comum e na próxima semana, faremos a coleta do material podado”, explicou.

Kellington disse ainda que a poda do mato existente dentro dos jazigos é de responsabilidade dos próprios familiares dos mortos e que a Semsur só responde pelas áreas comuns do local e que a desorganização na construção dos túmulos atrapalha os serviços de limpeza da área. “Estivemos lá em junho passado, mas choveu e o mato cresceu. Voltamos lá e cortamos tudo de novo, mas dentro dos jazigos, quem deve limpar é a família”, afirmou.

Fonte: Portal JH

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!