Goleiro do Santos registra BO sobre racismo em delegacia de Porto Alegre

O goleiro Aranha, do Santos, registrou um Boletim de Ocorrência (BO) nesta sexta-feira (29) após ser vítima de insultos racistas durante a partida contra o Grêmio na noite anterior, em Porto Alegre, pela Copa do Brasil. Segundo o delegado Herbert Ferreira, a

Polícia Civil foi até o hotel onde a delegação santista está hospedada e fez o convite para o depoimento em uma delegacia, que foi aceito pelo jogador.

Durante a partida da Arena do Grêmio, torcedores gremistas ofenderam o jogador do Santos com gritos e gestos racistas. O ato partiu da arquibancada posicionada atrás do gol defendido por Aranha e levou o camisa 1 do Santos a paralisar a partida, aos 42 minutos do segundo tempo, para reclamar ao árbitro Wilton Pereira Sampaio.

“Ele confirmou todos os xingamentos que disse para a imprensa. Ele disse que os torcedores gritaram palavras como ‘macaco’, ‘negro sujo’, bando de negros’. Foram várias pessoas, não só aquela menina que aparecia nas imagens da TV”, afirmou o delegado titular da 4ª Delegacia de Polícia da capital, responsável pelo caso.

Caso sejam identificados, os torcedores responsáveis pelas ofensas podem responder pelo crime de injúria racial. Conforme previsto no artigo 140 do Código Penal, a pena varia de um ano a três anos de prisão, além do pagamento de multa.

Herbert Ferreira diz que já pediu para o Grêmio as imagens das câmeras de monitoramento do estádio, na tentativa de tentar identificar os torcedores responsáveis pelos insultos racistas. Uma jovem que aparece nas imagens será chamada para prestar depoimento assim que a polícia tiver a confirmação da identidade dela. O depoimento, porém, não tem data marcada.

Nesta sexta, a torcedora gremista flagrada gritando a palavra “macaco” para o jogador  foi afastado do trabalho no Centro Médico e Odontológico da Brigada Militar. Ela era funcionária de uma empresa terceirizada e prestava serviços de auxiliar de odontologia na clínica da polícia militar gaúcha.

Segundo a assessoria de imprensa da corporação, a torcedora foi identificada ainda na noite de quinta-feira. O pedido de afastamento partiu da própria direção do centro médico. De acordo com a Brigada Militar, tanto a clínica quanto o comando da corporação repudiam qualquer ato de violência e qualquer tipo de discriminação.

Logo após o episódio de racismo, imagens da torcedora ofendendo o goleiro santista começaram a circular pela internet. Criticada pelos seus atos, ela excluiu os perfis que mantinha em sites como Facebook e Instagram.

Fonte: G1