quarta-feira, junho 04, 2014

Pesquisadores lançam dossiê contra o agronegócio

 http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/Os pesquisadores de universidades dos estados do Rio Grande do Norte e Ceará no próximo dia 11, na sede do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Apodi, lançam o Dossiê “Perímetros Irrigados e a expansão do agronegócio no campo: quatro décadas de violação de direitos no semi-árido”, no próximo dia 11, em Apodi, com a presença da pesquisadora Raquel Rigotto, da Universidade Federal do Ceará.

O documento foi elaborado pelos pesquisadores das áreas de geografia, história, saúde e direitos a Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Estadual do Ceará (UECE), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN), Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA).

O objeto dos estudos, que resultaram em teses de mestrados e doutorados destas respectivas universidades, estudou os métodos de atuação e as conseqüências destas práticas a sociedade da expansão do agronegócio no Semi-Árido Brasileiro.

A partir de teses, dissertações, artigos científicos, estudos de impacto ambiental e outros documentos oficiais ou produzidos pelos movimentos sociais sobre o tema, o dossiê aponta impactos preocupantes na expansão da política do agronegócio no País, especialmente no que diz respeito às violações de direitos à terra e ao território,  água, ambiente, trabalho, saúde, cultura e participação.

Em Apodi, o principal alvo dos trabalhadores rurais é bater de encontro com o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS), que está instalando, contra a vontade deles, um Distrito Irrigado na Chapada do Apodi, num investimento que se aproxima de R$ 300 milhões. Para instalar este distrito irrigado, o DNOCS está desalojando mais de 350 famílias de suas propriedades, que já eram assentamentos rurais.

O Projeto do Distrito Irrigado prevê a transposição da água da Barragem de Santa Cruz para uma altura de 60 metros e irrigação de uma área que chega a 14 mil hectares. Os agricultores reclamam que a Barragem tem pouca água para atender a demanda do distrito irrigado e mesmo assim vai chegar muito cara aos produtores, permitindo, assim, a sobrevivência apenas dos grandes produtores rurais que vão explorar a área.

O professor Aguinaldo Fernandes, que está convidando a sociedade para participar do lamento do dossiê às 8h do dia 11 próximo na sede do sindicato, disse que toda a sociedade mossoroense e do Alto Oeste deveria se empenhar em evitar que este investimento fosse realizado nos moldes propostos pelo DNOCS.

Ele explica que uma das razões é que Mossoró espera receber água da Barragem de Santa Cruz através do sistema adutor que está em construção e todas as cidades da região do Alto Oeste.

“Queremos o investimento, mas não em benefício do agronegócio e sim em benefício da agricultura família, que nesta região funciona muito bem, tendo inclusive recebido até a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, pontua o professor Aguinaldo Fernandes.

Reprodução Cidade News Itaú via Defato

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