Ele não tem a habilidade de Cristiano Ronaldo, a precisão nos passes de Bastian Schweinsteiger ou a experiência de Philipp Lahm. 
Pode-se dizer que Müller chegou à arena baiana como coadjuvante. Embora a Alemanha fosse encarada como favorita para o duelo, todos os olhos, todas as atenções, as lentes de todas as câmeras estavam voltadas para Cristiano Ronaldo. O melhor do mundo, porém, decepcionou. Com atuação abaixo da expectativa, restou ao português assistir a um impiedoso Thomas Müller roubar todos os holofotes para si ao marcar três gols. Hat-trick para ele, atuação de gala para a Alemanha, que parecia totalmente adaptada ao clima da Bahia, após uma semana de hospedagem e treinos na cidade de Santa Cruz Cabrália.
Com os três gols marcados diante de Portugal e os cinco anotados em 2010, quando foi um dos artilheiros do Mundial, Thomas Müller chega ao seu oitavo gol em Copas. Isso tudo com apenas 24 anos e a chance de disputar mais seis jogos no Brasil, caso a Alemanha avance até à final da competição, marcada para o dia 13 de julho. Maior artilheiro da história das Copas com 15 gols marcados, o brasileiro Ronaldo que se cuide. Se a preocupação era com o veterano Miroslav Klose, que tem 14, agora é preciso secar outro alemão.
Thomas Müller: talento e versatilidade em campo
Müller é um batalhador incansável dentro de campo. Para ele, não tem bola perdida. Ataca com o mesmo empenho com que aperta a marcação em cima dos defensores adversários. Tais qualidades o fazem imprescindível ao esquema tático de Joaquim Löw. Prova disso é que, mesmo com atacantes qualificados no elenco, como Lukas Podolski e Miroslav Klose, o técnico optou por escalar Müller como o homem mais avançado no ataque alemão.
Ao longo dos primeiros 45 minutos, ele foi a principal referência do setor ofensivo, ainda que se movimentasse bastante e também caísse pelos lados do campo. Jogando assim, Müller chegou às redes duas vezes. Primeiro, cobrou com eficiência o pênalti sofrido por Mario Götze. Já no fim da etapa inicial, aos 45 minutos, ele aproveitou jogada de Toni Kroos e, dentro da área, chutou do jeito que deu para vencer o goleiro Rui Patrício.
Na etapa complementar, o posicionamento de Thomas Müller mudou. O atacante Andre Schürrle, que entrou na vaga de Mesut Özil, jogou mais centralizado. Com isso, o atacante do Bayern de Munique foi deslocado para jogar aberto pela direita, posição que conhece muito bem. A ordem de Joaquim Löw, no entanto, era manter a movimentação no setor de ataque. Tanto que foi Müller quem apareceu na pequena área, como se fosse um legítimo centroavante, para fazer o quarto gol e dar números finais ao duelo.
Quando deixou o campo aos 36 minutos para ser substituído por Podolski, o meia foi ovacionado na Arena Fonte Nova. Era a prova incontestável de que torcedores alemães, brasileiros, portugueses e de tantas outras nacionalidades se rendiam ao talento de Thomas Müller.
Reprodução Cidade News Itaú via Globo Esporte
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!