sábado, maio 10, 2014

Mulher tem 1º Dia das Mães com filha que recebeu alta de UTI após 3 anos

Débora saiu da UTI no dia 23 de abril após quase três anos internada em Natal (Foto: Arquivo Pessoal)O presente de Maria da Conceição da Silva no Dia das Mães deste ano será comemorar a data com a filha Débora em sua casa na cidade de Parnamirim, na Grande Natal. A
criança, de 3 anos, viveu quase a vida toda em um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Diagnosticada com um tipo de distrofia muscular, a menina deixou o lar aos 3 meses e precisa de ventilação mecânica para sobreviver. Débora só foi para casa depois que a família conseguiu na Justiça o direito ao serviço home care – que garante toda a estrutura para o paciente ser atendido em casa.
"Estou muito feliz. É meu amor maior", diz Conceição, que durante os três anos de vida de Débora visitava diariamente o Hospital Infantil Varela Santiago, em Natal, onde a menina ficou o maior período internada. De acordo com a mãe, ela se adaptou facilmente ao novo ambiente. "No começo ela ficou bem agitada, teve até febre. Queria mexer em tudo, pegar em tudo, não parava um instante. Agora está tudo bem, maravilhoso", relata Conceição.

Apesar de não mover as pernas e precisar de ventilação mecânica, Débora mexe os braços, sorri, fala e interage piscando os olhos. O jeito curioso e risonho fez da menina um 'xodó' na UTI do Hospital Varela Santiago. A prova de carinho está nas constantes visitas dos profissionais que acompanhavam a menina na unidade hospitalar.

No apartamento do bairro Santa Tereza, em Parnamirim, moram Débora, a mãe e o pai, que trabalha como porteiro. O imóvel precisou ser comprado pela família para comportar os aparelhos necessários para a ventilação mecânica da menina. Uma equipe formada por médicos, enfermeiros, fisioterapeuta e nutricionista acompanha a criança diariamente.

Débora se despediu da equipe do Hospital Varela Santiago nesta quarta em Natal (Foto: Felipe Gibson/G1)Débora no dia da despedida da UTI do Hospital
Varela Santiago (Foto: Felipe Gibson/G1)
Justiça
Pacientes como Débora são chamados de crônicos. Quando as famílias não têm condição financeira de pagar por um serviço como o home care, que custa em média mais de R$ 25 mil mensais, a única saída encontrada tem sido a Justiça. Maria da Conceição só foi informada que poderia levar a filha de volta para casa quando soube do caso de uma mãe que ganhou o direito ao home care judicialmente.

"Falei com essa mãe, procurei um advogado e consegui", explica Conceição, que recebeu a notícia da decisão judicial favorável em fevereiro. Desde então foram diversas reuniões entre a empresa que presta o serviço Home Care e o hospital.

"A transição foi muito bem orquestrada. O ambiente hospitalar não é adequado. Aqui ela corre risco de infecção, como já aconteceu, e vê outras crianças doentes, morrendo", explica a pediatra intensivista Patrícia Lizandro.

Reprodução Cidade News Itaú via G1

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