quarta-feira, fevereiro 19, 2014

Manifestantes invadem prédios oficiais em cidades a oeste da Ucrânia

Blog Cidade News ItaúManifestantes antigoverno invadiram prédios governamentais em algumas cidades do oeste da Ucrânia, informou a mídia local e a
polícia na noite desta terça-feira (18). Segundo a agência de notícias Reuters, sedes administrativas em Ivano-Frankivsk e em Lviv foram tomadas, assim como uma delegacia de polícia em Ternopil.
  O legislador oposicionista Oleksander Aronets disse que manifestantes também tomaram o escritório do procurador-geral de Ternopil. Eles "queimaram todos os casos contra os heróis ucranianos", disse o legislador em seu perfil do Facebook. 
              
O presidente Viktor Yanukovytch esteve reunido com o oposicionista Vitali Klitschko na noite desta terça mas, segundo o ativista, as tentativas de diálogo falharam ao tentar encontrar uma solução pacífica para o conflito. "Infelizmente eu não trago nenhuma boa notícia das conversas", disse Klitschko, segundo o site Ukrainska Pravda. De acordo com o oposicionista, a conversa acabou após o presidente exigir que a Praça da Independência, usada pelos manifestantes em Kiev, fosse incondicionamente esvaziada.
Na madrugada de quarta-feira (19), Yanukovytch emitiu um comunicado em que pedia aos líderes da oposição para se dissociarem dos radicais e os advertiu que, caso contrário ele iria "falar de forma diferente" com eles. Para Yanukovytch, ainda "não era tarde" para terminar os confrontos.
               
Yanukovich também falou no comunicado que alguns membros da oposição antigoverno haviam se excedido quando pediram aos seus partidários para trazer armas para a manifestação. Para o presidente, estas pessoas são "criminosas" e ele disse que iria acionar a Justiça contra esta convocação.
Na terça-feira, o edifício usado pela oposição ucraniana na praça pegou fogo durante uma manifestação na noite desta terça, segundo mostraram redes de TV. Os ativistas deixavam o prédio na praça central de Kiev, ocupada desde dezembro pelos opositores ao governo, e alguns estavam sendo retirados em macas.
O número total oficial de mortes nos tumultos desta terça aumentou para 21, segundo a agência de noticias Reuters.
As manifestações contra o governo começaram em novembro, depois que o presidente cedeu à pressão da Rússia e desistiu de um tratado comercial com a União Europeia, preferindo a ajuda financeira do Kremlin.
A oposição havia prometido uma "ofensiva pacífica" para pressionar os deputados no Parlamento, reunindo 20 mil pessoas para uma passeata que degenerou em violentos confrontos.
A polícia utilizou bombas de efeito moral e balas de borracha contra os manifestantes, que responderam com pedras contra os agentes que protegiam o local.
Mais de 200 manifestantes atacaram durante a manhã a sede do partido do presidente com coquetéis molotov e quebraram as portas com machados. Os ativistas chegaram a invadir e ocupar o local, mas precisaram se retirar com a aproximação das forças de segurança.
Rússia x UE
Estes foram os primeiros confrontos em Kiev desde o fim de janeiro, quando os enfrentamentos deixaram quatro mortos e mais de 500 feridos.
Durante a manhã, o comando da oposição, na Praça da Independência, ocupada há três meses pelos manifestantes hostis ao presidente Yanukovytch, tentava evitar os confrontos entre os elementos mais radicais dos protestos e a polícia.
"Nosso objetivo é cercar o Parlamento e bloquear o local para impedir que os deputados nomeiem um primeiro-ministro 'russo'', declarou Andrii Parubii, deputado de oposição e integrante do partido da ex-primeira-ministra Yulia Timochenko.
Uma ala da oposição acredita que Yanukovytch poderia nomear nesta terça-feira um novo primeiro-ministro.
A oposição acusa o governo ucraniano de ceder às pressões de Moscou desde que Yanukovytch desistiu de assinar, em novembro, um acordo de associação com a União Europeia e optou por uma negociação com a Rússia.
O embaixador americano na Ucrânia, Geoffrey Pyatt, lamentou "a retomada da violência" na capital do país. "É preciso que a política seja feita no Parlamento, e não na rua", escreveu em sua conta no Twitter.
Por sua vez, a diplomacia russa declarou que este retorno à violência é o resultado da política dos ocidentais que encorajaram a escalada de tais atos. "O que acontece atualmente na Ucrânia é o resultado direto da política e apaziguamento dos políticos ocidentais e das estruturas europeias que, desde o início da crise, fecham os olhos para atos agressivos das forças radicais no país, incentivando a escalada e as provocações contra a autoridade legal", considerou o ministério russo das Relações Exteriores em um comunicado.
"Nós pedimos mais uma vez à oposição ucraniana para que renuncie às ameaças e aos ultimatos e que inicie um diálogo com o poder a fim de permitir uma saída para a crise", acrescentou o ministério.
O governo afirmou que, a partir de 0h desta quarta, vai limitar o tráfego de carros em Kiev para tentar deter a escalada dos protestos.

Reprodução Cidade News Itaú

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