terça-feira, dezembro 03, 2013

Família e amigos se despedem de Marcelo Déda em cremação na Bahia

Cremação de Marcelo Déda, governador de Sergipe, em Salvador (Foto: Maiana Belo/G1)O corpo do governador de Sergipe, Marcelo Déda, foi levado para a cremação em cerimônia que ocorreu no Cemitério Jardim da Saudade, em Salvador, por volta das 17h
desta terça-feira (3). O governador da Bahia, Jaques Wagner, o senador do PT, Humberto Costa, e o cunhado do político sergipano, o desembargador Edson Ulisses, fizeram homenagens com breves discursos sobre a personalidade de Déda.

Cremação de Marcelo Déda, governador de Sergipe, em Salvador (Foto: Maiana Belo/G1)Família do governador de Sergipe
(Foto: Maiana Belo/G1)
A viúva dele, Eliane Aquino, acompanhou a cerimônia em silêncio. “Ele encantada a todos pelo seu jeito carinhoso e afável. Um homem de intelectualidade. Era uma esperança forte para esse Brasil", disse o desembargador.
As cinzas ficam prontas em dois dias e serão levadas para Aracaju. O momento de reflexão, após descida do caixão, foi acompanhada pela música "Oração ao Tempo", de Caetano Veloso.
Além dos familiares, que chegaram com o corpo do governador no avião da FAB, participaram da despedida os senadores Walter Pinheiro e Lídice da Mata, do PT-BA, e outros políticos do partido no estado, entre eles, o vereador Waldir Pires, além do secretário Rui Costa, confirmado como candidato da legenda para as eleições ao Governo da Bahia. Também esteve presente o senador do PT por Pernambuco, Humberto Costa.

Corpo de Marcelo Déda, governador de Sergipe, chega a Salvador (Foto: Manu Dias/GOVBA)Wagner acompanha familiares de Déda
(Foto: Manu Dias/GOVBA)
Marcelo Déda foi um dos fundadores do PT e morreu aos 53 anos, após quatro anos de tratamento contra o câncer. "A perda é muito grande. Sabia que ele era querido, mas não imaginava que as homenagens seriam tão grandes e tão bonitas. O Estado de Sergipe todo se mobilizou", disse a viúva Eliane Aquino assim que desembarcou na capital baiana.
Wagner falou sobre as qualidades de Déda e lamentou a morte. "Com muita tristeza. Ele era um jovem de 53 anos, da melhor qualidade. De um excepcional caráter, ótimo pai, filho, esposo e grande político. Fazia politica como um sacerdócio. Ele se vai muito cedo, deixando saudades. Era um homem com alegria para viver", afirmou o governador.
Antes, o corpo do governador seguiu em cortejo fúnebre em um carro do Corpo de Bombeiros pelas ruas de Aracaju com destino ao Aeroporto da cidade. O caixão foi levado para a Praça Fausto Cardoso após o encerramento do velório no Palácio-Museu Olímpio Campos no início da tarde desta terça-feira (3) e fechado por volta das 15h (horário de Brasília).
Durante o cortejo em Aracaju, o carro do Corpo de Bombeiros parou em frente ao Tribunal de Justiça e a Assembleia Legislativa de Sergipe para as últimas despedidas. A viúva de Déda, Eliane Aquino, o governador em exercício Jackson Barreto, senadores, deputados, prefeitos e demais autoridades estão acompanhando.

Cortejo segue pelas ruas de Aracaju  (Foto: Ascom/Secom)

Na praça, Déda recebeu as últimas homenagens dos sergipanos e honras militares. "Foi um pedido dele de o corpo ficar na praça perto do povo", disse a assessoria do Governo de Sergipe. Centenas de sergipanos e autoridades estão fazendo as últimas homenagens e um trio pé-de-serra está cantando músicas de Luiz Gonzaga, também a pedido de Déda.

Os artistas sergipanos Paulinha Abelha, Marcus VIana, Joseane de Joza, Chiquinho do Além Mar e Erivaldo de Carira também se despediram do governador.

População acompanha emocionada o discurso do arcebispo Dom Lessa (Foto: Marina Fontenele/G1)

Homenagem
Mais cedo, o ex-prefeito de Aracaju Edvaldo Nogueira e a viúva de Marcelo Déda, Eliane Aquino, reuniram os amigos e cantaram no velório do governador de Sergipe que está sendo realizado no Palácio-Museu Olímpio Campos.
“Nós atendemos a um pedido de Déda e tocamos vilão aqui no palácio, porque ele não queria que o velório fosse só um momento de tristeza. Queria muita música. Alguns amigos músicos se uniram a nós e cantamos juntos canções como ‘Soneto da fidelidade’ e ‘Eu sei que vou te amar’, que ele cantou no ultimo aniversário dele em março deste ano para celebrar a vida”, disse Edvaldo Nogueira que foi vice de Déda entre 2001 e 2006.

Edvaldo e Eliane Aquino cantam ‘Eu sei que vou te amar’ para Déda (Foto: Barreto)

A amizade deles começou ainda na juventude e se estendeu até a carreira política. “Uma das marcas de Déda era a alegria e, apesar de ser um político de fibra e preocupado com as questões sociais, ele era um homem feliz. Ele nos ensinou que política não é trocar agressões, aprendemos com ele, por isso acho que ele viverá intensamente como um cometa que nunca será apagado. Déda sai da vida e entra para a história”, finaliza.
Lula e Dilma se despedem de Déda
A presidente da República, Dilma Rousseff, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participaram de uma missa durante o velório do governador de Sergipe, Marcelo Déda, na noite desta segunda-feira (2), no Palácio Olímpio Campos, em Aracaju.

Lula compareceu ao velório de Marcelo Déda, em Aracaju (Foto: Marcelle Cristinne/ASN)

O velório começou por volta das 20h, e a missa foi realizada pelo arcebispo de Aracaju, Dom Palmeira Lessa. A cerimônia contou apenas com a presença da família e dos amigos mais próximos. Em seguida, o velório foi aberto para visitação de moradores.

A assessoria de comunicação do governo de Sergipe informou que, durante a missa, Lula fez um discurso, se mostrou orgulhoso com a trajetória construída pelo companheiro de partido e foi aplaudido. "Você não nos deve nada, Dedinha. Nós lhe seremos eternamente gratos", afirmou o ex-presidente.

Janeiro de 2013 - O governador de Sergipe, Marcelo Deda, e a presidente Dilma Rousseff conversam durante cerimônia de inauguração do Parque Eólico Barra dos Coqueiros, em Aracaju (Foto: André Dusek/Estadão Conteúdo/Arquivo)Déda e Dilma em conversa durante cerimônia em
Sergipe (Foto: André Dusek/Estadão Conteúdo)
Dilma fala em 'grande amigo'
Mais cedo, Dilma Rousseff lamentou, em seu perfil no microblog Twitter, a morte do governador de Sergipe e disse que perdeu "um grande amigo" e que Déda "fará falta".
Em nota oficial divulgada pelo Palácio do Planalto, a presidente ressaltou os talentos literários e políticos do governador.
"Déda era capaz de recitar poesia, inclusive as próprias, com a força de um grande artista e a naturalidade de um repentista. Ao mesmo tempo, era capaz de aprimorar uma discussão com uma lógica irretocável", disse Dilma em nota oficial.
No comunicado, a presidente citou o nome da mulher e dos cinco filhos de Déda e disse que eles perderam "um companheiro leal" e "um pai amoroso". "Déda foi um exemplo de coragem na saúde e na doença e um exemplo de caráter na vida privada e na trajetória pública", destacou Dilma.


Além da presidente e do ex-presidente Lula, participaram do velório o governador em exercício de Sergipe, Jackson Barreto (PMDB), o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), os governadores da Bahia, Jaques Wagner, do Ceará, Cid Gomes, do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, e do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Os ministros José Elito Siqueira (Segurança Institucional), Helena Chagas (Comunicação), Eleonora Menicucci (Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres), José Eduardo Cardozo (Justiça), Aloizio Mercadante (Educação) e Tereza Campello (Desenvolvimento Social) também participaram da cerimônia de despedida de Déda.

Velório de Marcelo Déda será aberto ao público até o meio-dia desta terça-feira (3) (Foto: Marina Fontenele/G1)

Chegada a Aracaju
O corpo do governador Marcelo Déda chegou a Aracaju no final da tarde de segunda-feira (2), em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) a pedido da presidente Dilma Rousseff. O corpo saiu do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo,


Do Aeroporto Santa Maria, o corpo foi transportado pelo Corpo de Bombeiros para o Palácio Museu Olímpio Campos, no Centro da capital, para o velório. O trajeto foi feito em carro aberto, pela Avenida Beira Mar, uma das mais importantes de Aracaju.
“Estive com Déda pela última vez há 15 dias e ele me perguntou se eu estava inaugurando as obras e pediu para eu continuar me comprometendo em realizar nossos projetos. A morte dele é difícil até para nós cristãos, que acreditamos nos ensinamentos de Cristo”, disse Barreto que decretou luto oficial de sete dias em homenagem a Marcelo Déda.

Déda cumpria seu segundo mandato como governador, após ser reeleito em 2010. Filiado ao PT desde os anos 1980, iniciou a carreira como deputado estadual. Foi eleito duas vezes deputado federal e também foi prefeito da capital Aracaju.

O político foi diagnosticado com câncer em 2009, quando se submeteu a uma cirurgia para retirada de um nódulo benigno do pâncreas. Em 2012, ele retomou o tratamento quimioterápico.

Reprodução Cidade News Itaú

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