quinta-feira, agosto 01, 2013

"Cabral está desesperado", diz líder comunitário da Rocinha sobre sumiço de Amarildo

Para andré Luiz Abreu de Souza, o sumiço de Amarildo é "apenas mais um" caso de desaparecimento em comunidades pacificadasO líder do movimento Favela Não Se Cala, André Luiz Abreu de Souza, 38, um dos grupos que convocou a passeata desta quinta-feira (1º) na favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, afirmou que o governador Sérgio Cabral (PMDB) está "desesperado" com a repercussão midiática do desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza, 42.

Amarildo, morador da Rocinha, não é visto desde o dia 14 de julho, quando foi levado por policiais para a sede da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da comunidade.

"É lógico que ele está desgastado. E vai tentar de todas as formas achar o corpo e o culpado, pois ele está desesperado com a repercussão do Amarildo. Ele está vendo que as UPPs, o carro-chefe do governo dele, não garante a segurança pública, e sim um processo de higienização social", disse. "A UPP é a última tábua que ele se agarra antes de afundar."

Para Souza, o sumiço de Amarildo é "apenas mais um" caso de desaparecimento em comunidades pacificadas. "Queremos saber onde estão os 'Amarildos'. Muita gente já sumiu em circunstâncias suspeitas com essa política de segurança adotada pelo Cabral", afirmou o líder do movimento Favela Não Se Cala.

Questionado sobre uma suposta relação entre o desaparecimento do pedreiro e a ação de traficantes de drogas da região, Souza afirmou ser "fácil para o governo do Estado criminalizar o caso Amarildo", pois a polícia só teria demonstrado interesse em investigar depois que o sumiço do morador da Rocinha ganhou destaque na imprensa. "Eles vão ter dificuldade para encontrar o corpo. É mais fácil jogar a culpa no tráfico de drogas", finalizou.

Procurada pelo UOL, a assessoria do governador afirmou que ele já se manifestou sobre o caso. "A Unidade de Polícia Pacificadora é perfeita? Claro que não. Se some o Amarildo [na Rocinha], vamos descobrir onde está o Amarildo", afirmou Cabral na quarta-feira (31), durante a solenidade de reabertura da sede da ONG Afroreggae na comunidade do Alemão.

Cerca de 50 pessoas se reúnem em um dos acessos à comunidade, na noite desta quinta, para protestar contra a Polícia Militar e a política de segurança do governo estadual. Familiares de Amarildo e representantes de movimentos sociais e políticos também devem participar do ato, que fechará o túnel Dois Irmãos, de acordo com os organizadores. Na sequência, a passeata deve seguir em direção à residência de Sérgio Cabral, no Leblon, na zona sul, onde cerca de 50 pessoas estão acampadas desde a noite de domingo (28).

Reprodução Cidade News Itaú

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