quinta-feira, agosto 01, 2013

Asilo a Snowden desaponta e pode cancelar ida de Obama à Rússia, diz Casa Branca

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse que os EUA estão "extremamente desapontados" com a decisão da Rússia de conceder asilo ao ex-consultor de inteligência Edward Snowden, que divulgou informações sobre o programa de monitoramento do governo americano.

Segundo o porta-voz do governo americano, Washington agora está reavaliando se o presidente Barack Obama irá a Moscou em setembro, para um encontro previamente marcado com seu homólogo russo, Vladimir Putin.

A concessão do asilo temporário ao americano "não é um avanço positivo" nas relações diplomáticas entre EUA e Rússia, disse Carney. "Diante disso, estamos avaliando a utilidade desse encontro", afirmou o porta-voz.

Snowden, 30, obteve permissão de entrar na Rússia nesta quinta-feira (1º). O advogado russo que o acompanha, Anatoly Kucherena, disse que o visto temporário do governo permite ao americano ficar no país durante um ano, e é renovável.

Para Snowden, a decisão da Rússia de conceder-lhe asilo temporário no país é uma vitória da lei. "Nas últimas oito semanas vimos o governo Obama demonstrar que não tem respeito algum pela lei internacional ou doméstica, mas no fim, a lei está vencendo", disse Snowden, em nota divulgada pelo site Wikileaks. 

Limbo jurídico
O americano ficou mais de um mês na zona de trânsito do lugar, enquanto aguardava resposta a seu pedido de asilo político. Segundo seu advogado, Snowden deixou o aeroporto de táxi rumo a um lugar seguro que não será identificado, acompanhado da jornalista Sarah Harrison, integrante do Wikileaks.

O ex-consultor acredita que, nos EUA, não obterá um julgamento justo. Ele é procurado pelo governo americano por revelar detalhes sobre um amplo programa de monitoramento da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA, na sigla em inglês). Desde as revelações, Snowden deixou os EUA, que negociam com o governo russo sua extradição.

Amplitude dos grampos
Na quarta-feira (31), Snowden revelou via "Guardian" mais detalhes sobre o programa de monitoramento da NSA.

Segundo o ex-consultor, os EUA podem espiar "quase tudo" que os internautas fazem. Slides divulgados pelo jornal britânico mostram que perto de 42 bilhões de registros foram capturados pelo programa usado pela NSA emum único mês de 2012, e meio trilhão de capturas de dados eram feitas anualmente.

O volume de conteúdo coletado era tanto, diz o jornal, que podia ser guardado apenas por alguns dias, sendo deletado depois para liberação de espaço no servidor da NSA. Outro slide diz que o programa funcionava em 700 servidores e 150 sites pelo mundo.

O "Guardian" diz que o esquema teve apoio de gigantes da internet como Google, Facebook, Microsoft e Apple. As empresas negaram colaboração nos grampos e pediram ao governo americano permissão para divulgar as solicitações que receberam.

Em resposta, a NSA disse ao jornal que, graças ao programa de monitoramento dos EUA, mais de 300 terroristas foram capturados. O número pode ser ainda maior, já que esta contagem é apenas até 2008, afirma a agência.

Reprodução Cidade News Itaú

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