segunda-feira, julho 29, 2013

'Fomos brutalmente espancados', diz sobrevivente do Carandiru


Um dos sobreviventes do massacre que terminou com a morte de 111 presos na penitenciária do Carandiru, ocorrido em 1992, afirmou que os policiais envolvidos na ação atiraram contra os detentos após o término da rebelião que ocorreu no local.

"Fomos brutalmente espancados. Havia corpos amontoados. Eles nos espetavam com facas e os que caíam eram baleados", contou o sobrevivente Antônio Carlos Dias em um vídeo apresentado aos jurados. A declaração foi gravada na primeira parte do julgamento, ocorrida em abril deste ano.

Ao todo, serão apresentados três vídeos de testemunhas da primeira etapa do júri. Naquela ocasião, foram julgados 26 policiais militares, sendo que 23 deles foram condenados a mais de 150 anos de prisão.

Nesse segundo bloco de julgamento, estão sendo julgados 26 policiais que teriam agido no segundo andar da penitenciária, onde, segundo a acusação, foram mortos 73 detentos. A decisão do júri será tomada por sete homens que compõem o corpo de jurados.

Antes da apresentação dos vídeos, foi ouvido o perito criminal Osvaldo Negrini Neto, que voltou a afirmar que não havia indícios de confronto entre presos e policiais militares no interior do Pavilhão 9.

"Não há nenhuma prova técnica que possa amparar uma visão [de que os presos haviam atirado de dentro das celas para os policiais]. Se fosse assim, as paredes [dos corredores] estariam repletas de tiros e haveria cadáveres de policiais mortos", afirmou.

Ele afirmou ainda que no dia da entrada da PM no Carandiru viu um "mar de sangue". "Voltei com o sapato encharcado de sangue, com a meia molhada. Toda a roupa que usei no dia foi para o lixo", afirmou.


Reprodução Cidade News Itaú

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