A PF (Polícia Federal) iniciou, na manhã desta quarta-feira (15), operação com o objetivo de combater o tráfico de imigrantes de Bangladesh e outros países asiáticos na cidade de Samambaia (DF). Foram encontrados 80 imigrantes ilegais em oito casas. Ao todo, 60 policiais participaram da operação, que cumpre 14 mandados judiciais.
A denúncia é de que os asiáticos trabalhariam na construção civil e em frigoríficos. A PF informou ainda que apura o uso dos imigrantes em construtoras que tocam obras do programa federal Minha Casa, Minha Vida. "Ainda estamos sob investigação e não podemos confirmar essa informação [dos imigrantes serem usados no programa federal de casas populares]", afirmou o delegado da Polícia Federal Dennis Cali.
De acordo com a PF, a quadrilha era composta por estrangeiros do país asiático. Os criminosos aliciavam conterrâneos com a promessa de salários de US$ 1.000 a US$ 1.500. Cerca de US$ 10 mil eram cobrados dos imigrantes para conseguir entrar no país. Atualmente, o salário mínimo em Bangladesh é de cerca de US$ 38.
Foram identificados quatro "coiotes" (pessoas que intermediavam o tráfico), mas não foi feita nenhuma prisão. Os suspeitos serão ouvidos pela PF.
A PF informou que o ingresso ilegal de imigrantes acontecia por três rotas: pela Guiana Inglesa (por ela, os imigrantes ficavam em Boa Vista), via Peru/Bolívia (onde os traficados ficavam na cidade de Assis Brasil/AC) e Bolívia (os imigrantes ficavam em Corumbá/MS). Após chegarem ao país, imigrantes faziam pedido de refúgio para regularizar a situação.
Cali disse que o fato dos imigrantes virem de tão longe espanta. "É difícil ver casos como esse, com pessoas de Bangladesh, Paquistão e Afeganistão. O mais comum é ver casos com países latinos", diz.
O Brasil tem sido o destino de imigrantes ilegais vindo de outros países. Bolivianos (que trabalham em confecções de São Paulo) e haitianos (que entram no país pela fronteira do Acre com a Bolívia) são os imigrantes que mais entram no país sem autorização.
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