sábado, abril 13, 2013

Vazamento em São Sebastião (SP) ocorreu por falha em inspeção, diz Petrobras


Mancha de óleo na encosta da praia das Cigarras, em São Sebastião (SP)
A Petrobras Transporte S.A. (Transpetro), informou, em nota divulgada na noite desta sexta-feira (12), que o vazamento de óleo no mar de São Sebastião (197 km de São Paulo), no último dia 4, ocorreu por falhas no processo de inspeção dos equipamentos no píer do Terminal Almirante Barroso (Tebar).

Segundo a estatal, o problema ocorreu em uma tubulação que estava em fase de manutenção desde 22 de março. Antes de a tubulação voltar a funcionar, era necessário ter feito uma série de verificações para garantir a segurança do sistema.

Uma comissão de investigação criada pela estatal concluiu que o vazamento ocorreu porque a verificação não foi realizada e uma válvula da tubulação ficou aberta. A empresa afirma que iniciou processo interno para apurar as responsabilidades pelo ocorrido.

A Petrobras reafirma que a quantidade de óleo vazada foi de 3.500 litros (3,5 metros cúbidos) --quantidade questionada pela Prefeitura de São Sebastião-- e que a limpeza foi concluída na segunda-feira (8).

Ainda segundo a estatal, equipes de monitoramento permaneceram na região durante toda a semana, para conter e recolher eventuais resíduos trazidos pela maré.

Segundo a prefeitura de São Sebastião, o óleo chegou a se espalhar por 11 praias, e o volume foi maior do que o anunciado pela Petrobras.  "Colocar mais de 300 homens nas praias, utilizar duas aeronaves e vários equipamentos de limpeza mecânica são evidências de que o volume do produto vazado foi superior ao divulgado."

Danos
O secretário de Meio Ambiente de São Sebastião, Eduardo Hipólito do Rego, destacou que a fazenda marinha no município --com criação de mexilhões e peixes-- foi completamente prejudicada pelo óleo. Ele ressaltou ainda que a poluição atingiu, além de pelo menos 11 praias da cidade, outros ecossistemas.

"Para nós, o indicador do número de praias não é suficiente, porque entre as praias, tem uma grande extensão territorial que é dominada por costões rochosos, que é tão importante quanto uma praia. Além de praia, nós temos ecossistemas costeiros importantes [que foram atingidos], como é o caso do costão, das restingas, dos jundus, e dos mangues", disse.

Por conta do derramamento, a pesca do camarão foi proibida na região.  "A pesca do camarão está proibida. Porém, as áreas onde ele está se reproduzindo são locais que foram contaminados. Como a gente vai dimensionar a futura safra do camarão, que é daqui a um ou dois meses?", indagou o secretário.

MP investiga
O Ministério Público instaurou inquérito civil para apurar os danos ambientais causados pelo vazamento de óleo. O responsável pela investigação é o promotor Alexandre Petry Helena, do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema).

O Tebar opera há três anos sem licenciamento ambiental emitido pela Prefeitura de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo. O complexo é o maior da América Latina e responsável por 55% de todo o petróleo e derivados consumidos no Brasil. 

Reprodução Cidade News Itaú

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