sexta-feira, março 22, 2013

Morre ex-diretor de Detran do RN suspeito de fraudar habilitações


Morreu na manhã desta sexta-feira (22), vítima de infarto, o ex-diretor do Detran de Mossoró, Jader Luiz Henrique da Costa, de 73 anos. Segundo familiares, ele morreu em casa antes da chegada dos socorristas do Samu.

No dia 11 de setembro do ano passado, Jader foi preso pela Polícia Rodoviária Federal durante a operação Cangueiros, deflagrada pelo Ministério Público Estadual, quando ainda respondia pelo órgão. Apontado como um dos envolvidos num suposto esquema que fraudava carteiras de habilitação na região Oeste do Estado, Jader foi afastado da função. A exoneração do cargo foi assinada pela governadora Rosalba Ciarlini no dia seguinte.
Segundo o MP, o processo segue em fase de inquérito e a denúncia ainda não foi oferecida à Justiça. Além do ex-diretor, outras dez pessoas foram presas, a maioria proprietários de Centros de Formação de Condutores. O termo "cangueiro", no Nordeste, é usado para definir a pessoa que dirige mal.

Policiais rodoviários isolaram ruas  (Foto: Cedida)Policiais rodoviários isolaram ruas (Foto: Cedida)
A operação
A operação decorreu de investigação promovida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado. Segundo as investigações, os envolvidos faziam parte de uma quadrilha que agia em Mossoró, Tibau, Assu e Alexandria, todos acusados de fraude em diversas etapas do processo de emissão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
As irregularidades, ainda de acordo com o MP, aconteciam desde o registro falso da presença dos interessados nas aulas teóricas das autoescolas à facilidades nos testes escritos, práticos, psicológicos e exames médicos. Foi divulgado que pessoas analfabetas ou com algum grau de deficiência visual conseguiram obter autorização para dirigir.
O MP informou ainda que a fraude envolvia, além do diretor do Detran de Mossoró, servidores públicos daquele órgão e os proprietários de quatro Centros de Formação de Condutores.

PRF aprendeu documentos na auto escola C.F.C Piloto  (Foto: Cedida)Documentos foram apreendidos na autoescola
C.F.C Piloto (Foto: Cedida)
Na autoescola C.F.C Piloto, um dos locais onde foram cumpridos mandados de busca e apreensão, a proprietária Djane Rocha Peixoto contou ao G1 que foi surpreendida com a chegada dos policiais. "A polícia chegou aqui com o Ministério Público dizendo que estavam fazendo uma fiscalização", contou. "Aqui ninguém foi preso, mas levaram alguns documentos da autoescola. Eu não sei do que se trata", acrescentou.
De acordo com as investigações, o esquema funcionava com a captação de interessados à obtenção de CNH, os quais não precisavam assistir às aulas teóricas e/ou eram favorecidos nas provas escritas e práticas. Em muitos casos, o MP disse que os gabaritos da prova teórica eram entregues em branco para posteriormente serem preenchidos pelos integrantes da quadrilha. Além disso, os aspirantes a condutores tinham acesso antecipadamente aos testes psicológicos e eram aprovados nos exames de visão ainda que apresentassem algum tipo de problema que o incapacitasse à aptidão na prova.
Consta também que a quadrilha possuíam uma tabela com os valores para os favorecimentos, que iam desde a aulas para o psicoteste, no valor de R$ 200, à aprovação no teste de volante por R$ 250 e até R$ 4.000 para as demais etapas do processo. A investigação demonstrou que o principal alvo da quadrilha eram os analfabetos.
Entre os crimes praticados, segundo o MP, foram listados formação de quadrilha, inserção de dados falsos em sistema de informação e corrupção passiva e ativa.
A Operação Cangueiros contou com o apoio de 24 Promotores de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), 120 agentes da Polícia Rodoviária Federal e de 12 policiais militares.

Reprodução Cidade News Itaú

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