sexta-feira, março 22, 2013

Adalberon pega 34 anos de prisão pela morte de Bandeira


Adalberon pegou 34 anos e 4 meses em prisão de segurança máximaAdalberon pegou 34 anos e 4 meses em prisão de segurança máxima
Depois de quatro dias de julgamento, o Tribunal do Júri da 8ª Vara Criminal de Maceió condenou na noite desta quinta-feira (21) o ex-prefeito de Satuba, Adalberon de Moraes Barros, à pena de 34 anos e 4 meses de prisão por ter sido mandante do assassinato do professor Paulo Bandeira, em junho de 2003.
O policial militar reformado Geraldo Augusto Santos foi condenado a 28 anos e 8 meses de prisão. O cabo PM Ananias Lima, também condenado, pegou pena de 31 anos. Os jurados consideraram ambos culpados de autoria material do crime – Paulo Bandeira foi acorrentado e queimado vivo dentro de seu carro, em uma mata de Satuba.
Todos os três tiveram as penas acrescentadas por agravantes, já que foram considerados culpados de sequestro, homicídio qualificado, ocultação e destruição de cadáver.
Além das penas, os três condenados terão que pagar uma indenização total de R$ 200 mil à família de Paulo Bandeira, conforme decisão do magistrado.
Marcelo José dos Santos, ex-chefe de gabinete e assessor direto de Adalberon, foi absolvido de todas as acusações.
Dos três réus condenados, apenas Adalberon saiu do tribunal para a prisão. Ele vai cumprir a pena em regime inicialmente fechado e em presídio de segurança máxima, conforme a sentença do juiz.
Ananias e Geraldo Augusto, que estavam em liberdade, continuam soltos até que a sentença tenha transitado em julgado, já que houve recurso da defesa. Já Adalberon, por sua situação peculiar, conforme o juiz – ele esteve foragido e chegou a renovar sua carteira de motorista com nome falso – não recebeu esse benefício e sua prisão preventiva foi mantida, mesmo com o recurso contra a condenação.
Um inocente, três culpados
A longa sentença começou a ser lida pontualmente às 22 horas, depois de quase duas horas para a deliberação e veredito dos sete jurados que compuseram o Conselho de Sentença. 
O primeiro a ter seu veredito foi Marcelo José, absolvido de todas as acusações. Ele saiu do tribunal em liberdade e o juiz o advertiu: "Que o seu nome nunca mais apareça relacionado a crimes".
Geraldo Augusto foi considerado culpado dos crimes de homicídio qualificado, ocultação e destruição de cadáver, mas foi absolvido da acusação de sequestro. Já Ananias foi condenado pelos três crimes: sequestro, homicídio qualificado e ocultação/destruição de cadáver, assim como Adalberon. Os fatos agravantes que caracterizaram a crueldade do crime – uso de fogo e tortura da vítima – elevaram as penas.
Depois de ditar as sentenças, o juiz John Silas cumpriu o ritual dos tribunais de júri de lançar a culpa sobre os réus condenados. Ele foi mais duro com Adalberon, afirmando que o ex-prefeito "era alvo de investigações por desvio de recursos federais e decidiu eliminar o professor que o denunciava. Para isso, escolheu com cantela os executores [Geraldo e Ananias], pessoas de sua confiança, agentes públicos que eram, policiais militares, e forneceu os meios e os materiais – correntes e álcool da prefeitura". O magistrado qualificou Adalberon como "personalidade fria e dissimulada".
Adalberon, de pé como todos, pediu para falar e o juiz concedeu-lhe um minuto. O condenado insistiu que não mandou matar Adalberon e culpou a imprensa "que me transformou em um monstro". Ananias falou por ele e Geraldo, e disse que os dois também são inocentes.
Cilene: "A dor nunca acaba, mas é um peso tirado das costas"
A condenação dos três réus não tira a dor que a família sente nem apaga o sofrimento desses quase dez anos. Mas a sentença que mantém preso o autor intelectual do crime, Adalberon de Moraes, condenado a 34 anos e 4 meses de prisão em regime inicialmente fechado foi um alivio para Cilene Bandeira, conforme ela disse logo após a leitura das penas.
“A dor nunca acaba, a ausência do meu marido e pai dos meus filhos é eterna. Mas a condenação é o que nós esperávamos e uma maneira de mostrar à sociedade alagoana que nem tudo está perdido e que podemos, com esse caso emblemático, tentar construir uma nova sociedade, mais democrática e justa para todos nós", disse a viúva.
"Chegamos ao fim desse processo desgastados, mas com um peso tirado das costas. Agora vamos para casa, tentar seguir nossas vidas”, declarou Cilene, que se abraçou com a filha Rayssa e chorou junto com os outros familiares e amigos que lotaram o Tribunal do Júri.
TNH1 transmitiu tudo
Durante os quatro dias do julgamento, o TNH1 transmitiu ao vivo, direto da sala do tribunal, todos os lances do júri, desde o primeiro momento até o encerramento, mostrando todos os detalhes. Apenas as imagens dos sete jurados não foram exibidas, por determinação do juiz, para preservar sua identidade e segurança. 

Reprodução Cidade News Itaú

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