quarta-feira, março 20, 2013

DER não sabe o que fazer com linhas da Jardinense


jardinense onibus
O Departamento de Estradas de Rodagens (DER) ainda não sabe o que fazer com as operações da Viação Jardinense, que segundo decisão da Justiça tem que encerrar as atividades das linhas que cruzam o município de Caicó num prazo de 15 dias. O diretor do órgão, Demétrio Torres, afirmou que ainda não teve acesso à decisão do juiz André Melo Gomes Pereira, e que deverá se reunir com representantes do Sindicato das Empresas de Transporte Intermunicipal de Passageiros do Rio Grande do Norte (Setrans) para encontrar uma solução viável – e emergencial, para não prejudicar os usuários. A Jardinense tem 200 funcionários, opera 24 viagens diárias e transporta 60 mil passageiros por mês.

“Não esperava esta decisão judicial contra a Jardinense. As linhas foram extintas liminarmente, mas ainda cabe recurso. Apesar disso, vamos fazer um levantamento das linhas. Não podemos deixar que o serviço fique suspenso”, declarou.

A crise na Jardinense parece ser a ponta de um iceberg de problemas no setor de transporte intermunicipal. Demétrio Torres revelou que o próprio setor que é responsável no estado, “é muito desorganizado. O sistema hoje está fragilizado. A legislação daqui é o que eu chamo de colcha de retalhos, feita em cima de decretos e portarias ao longo de 20 anos”. O diretor do órgão afirmou ainda que a licitação do sistema está sendo preparada, embora não possa prever em quanto tempo ela estará consolidada.

A licitação deverá estabelecer quantas linhas são necessárias para operar nos 5 mil quilômetros de estradas, em quantas empresas, transportando quantos passageiros e em que condições. Por enquanto, o DER sequer tem dados precisos sobre números da operação do setor hoje. “A gente tem feito as coisas aqui no achismo”, reconheceu.

Demétrio comentou que o sistema se deteriorou por causa do transporte clandestino, e também pela falta de iniciativa das empresas em promover melhorias na frota, e também pela falta de fiscalização. “Eu preciso de dados nossos. Estamos preparando a licitação do sistema para poder atender a essa demanda. Até o meio do ano, será concluída a primeira fase da licitação, que é o levantamento de dados precisos do setor”. Esse processo deverá ser feito por uma empresa que vai ser escolhida em até 10 dias. “Levantaremos dados precisos a respeito da demanda, destinos de viagem, quantidade de acessos necessários e quais linhas devem operar com que regularidade. É um diagnóstico nosso. A frota cresceu espantosamente nos últimos 5 anos, e também houve perda de recursos, como a extinção no final do ano passado do imposto conhecido como Cide Combustível (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico)”.

Reprodução Cidade News Itaú

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