sexta-feira, fevereiro 15, 2013

Inquérito que investiga incêndio em boate vai indiciar pelo menos 6 pessoas, afirma polícia


A Polícia Civil do Rio Grande do Sul informou nesta sexta-feira (15) que indiciará pelo menos seis pessoas como responsáveis pelo incêndio na boate Kiss, que matou 239 pessoas na madrugada de 27 de janeiro em Santa Maria (RS).

O delegado Sandro Meinerz, um dos responsáveis pela investigação, disse que além dos quatro suspeitos presos deverá haver o indiciamento de técnicos da prefeitura e do Corpo de Bombeiros.

"Com certeza teremos mais indiciamentos além daqueles do núcleo central da investigação. Ainda é prematuro afirmar quantos, mas haverá responsabilização de agentes públicos", disse o delegado.

Meinerz confirmou que a polícia pretende concluir o inquérito até o dia 26 de fevereiro, quando o incêndio completa um mês. O prazo pode ser estendido por mais cinco dias, se houver necessidade.

Presos
Estão presos os dois sócios da boate, Elissandro Spohr --o Kiko-- e Mauro Hoffmann, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Augusto Bonilha. A prisão temporária vai até o dia 2 de março.

Nesta sexta-feira a polícia ouviu um fiscal da prefeitura que concedeu o alvará de localização da Kiss quase um ano depois da casa ter sido efetivamente aberta. Segundo Meinerz, outros servidores municipais diretamente envolvidos com o licenciamento da boate serão ouvidos na semana que vem para apurar os procedimentos que permitiram o funcionamento da casa.

"Efetivamente [a boate] funcionou meses sem a expedição de um alvará da prefeitura, o que não poderia acontecer. Vamos ver por que isso ocorreu. Há uma informação de que a prefeitura teria notificado a empresa por isso, que a boate teria sido até multada. Ainda precisamos esclarecer esses detalhes. Precisamos ver quais procedimentos foram adequados e se esses procedimentos estavam adequados à lei ou não", explicou Meinerz.

A polícia também vai investigar as medidas adotadas em relação ao descompasso entre a falta de alvará dos bombeiros –que havia vencido em agosto de 2012– e o funcionamento da casa no período em que os sócios alegavam estar renovando o documento.

No final da tarde, a procuradoria de Santa Maria encaminhou à polícia uma relação com os nomes de 26 fiscais que passaram pela secretaria de Controle e Mobilidade Urbana do município entre 2009 e 2012. A secretaria é responsável pela concessão de alvarás na cidade. Todos os listados serão ouvidos pela polícia, além dos três secretários que chefiaram o órgão no mesmo período.

Segundo o delegado, 210 testemunhas já foram ouvidas no inquérito. A meta da polícia é chegar a 500 depoimentos até o próximo dia 25 de fevereiro, para então realizar uma reconstituição do incêndio tomando como base os testemunhos das vítimas. A polícia também espera os laudos oficiais do IGP (Instituto Geral de Perícias), prometidos para a semana que vem, para concluir o inquérito.

Reprodução Cidade News Itaú

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