segunda-feira, dezembro 03, 2012

Advogado quer liberdade para ex-PM réu de assassinato na Grande Natal


João Maria da Costa Peixoto, o João Grandão (Foto: Fred Carvalho/G1)João Maria da Costa Peixoto, o João Grandão
(Foto: Fred Carvalho/G1)
O ex-soldado da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, João Maria da Costa Peixoto, o João Grandão, acusado da morte de José Cremildo Fernandes, executado a tiros no dia 26 de dezembro de 2008, pode ganhar liberdade até o próximo dia 20 de dezembro, segundo a expectativa de seu advogado, Marcus Alânio Martins Vaz.
O intercessor do ex-PM afirmou ao G1 que ingressará, nesta terça-feira (4), com um pedido de habeas corpus em razão da demora, de acordo com ele, na apreciação do processo por parte da Justiça. O júri popular que decidiria sobre a condenação ou absolvição de João Grandão ocorreria nesta segunda-feira (3), mas foi cancelado e não há previsão de uma nova data. O réu encontra-se detido na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, na Grande Natal.

“João está preso há três anos. Ele não pode ser penalizado por erros na tramitação do processo e não pode ficar a vida inteira enjaulado por um crime que não cometeu”, frisou Alânio. Ainda segundo o advogado, o adiamento do julgamento, que não tem data para acontecer, ocorreu depois que a juíza Karine Chagas, que iria presidir o julgamento, percebeu uma falha no trâmite processual.

Advogado Marcus Alânio (Foto: Rafael Barbosa/G1)
Advogado Marcus Alânio (Foto: Rafael Barbosa/G1)

“O processo que trata da morte de José Cremildo ainda está em fase de apreciação pelo Tribunal de Justiça e não poderia ter sido agendado para o julgamento da magistrada. Como ela percebeu este erro, cancelou o júri. E como a apreciação deste processo está demorando um tempo excessivamente demorado, vou entrar com o pedido de liberdade que deve ser apreciado antes do recesso da Justiça, que começa no próximo dia 20. Estou confiante que João será solto”, acrescentou Marcus Alânio.
João Grandão

O ex-policial militar João Grandão ganhou notoriedade em 2005, quando foi apontado pelo Ministério Público potiguar como líder de um grupo de extermínio. Segundo as investigações realizadas na época, ele e outros 13 policiais foram detidos suspeitos de terem executado pelo menos 26 pessoas na região metropolitana da capital. Pouco tempo depois, todos os suspeitos foram postos em liberdade.
Contudo, João Grandão voltou a ser detido em 2009, quando se apresentou espontaneamente à polícia depois de ser apontado, também pelo Ministério Público, como autor do homicídio de José Cremildo. Desde então ele permanece preso.
O caso
A morte de José Cremildo aconteceu em frente a uma borracharia na avenida Napoleão Laureano (Km 6), no bairro do Bom Pastor, na zona Oeste de Natal. O Ministério Público afirma que João Grandão matou para se vingar. No mesmo processo, o ex-PM também foi acusado pela tentativa de homicídio contra o filho de Cremildo, um adolescente que na época tinha 13 anos. Desta acusação o ex-PM foi absolvido.
O garoto, segundo o próprio MP, acabou se tornando a peça chave da acusação. Ele também afirmou que teria sofrido um disparo, conseguindo fugir sem que a bala o atingisse. Daí pesa a acusação de tentativa de homicídio contra João.
A vingança contra Cremildo se daria pelo fato, ainda de acordo com a denúncia do MP, de que a vítima teria atentado contra a vida de João Grandão no dia 8 de setembro daquele mesmo ano, quando três homens armados o abordaram em frente da casa de sua mãe, localizada na rua Maceió, em Neópolis, na zona Sul da cidade.
Naquele dia, a Polícia Militar informou que criminosos haviam efetuado 23 tiros contra o carro do ex-PM, sendo que cinco o atingiram. Dois acertaram os braços, uma bala penetrou a região lombar (abdômen) e outros dois disparos atingiram sua perna esquerda. No revide, João Grandão acabou matando um dos indivíduos. Dos dois que conseguiram escapar, apenas José Cremildo foi identificado e reconhecido por João.

Fonte: G1/Cidade News Itaú

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