terça-feira, outubro 30, 2012

Polícia investiga morte de atriz durante lipoaspiração em SP


Atriz Pâmela morreu durante lipoaspiração (Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação)Atriz Pâmela morreu durante lipoaspiração (Foto:
Arquivo Pessoal/Divulgação)
A Polícia Civil investiga a morte de uma atriz de 27 anos durante lipoaspiração no Hospital Green Hill no Ipiranga, na Zona Sul de São Paulo. Pamela Baris do Nascimento morreu na mesa de cirurgia depois do seu fígado ser perfurado. A morte aconteceu em 19 de outubro, mas o caso só foi registrado no 17º Distrito Policial, no Ipiranga, nesta segunda-feira (29).

O G1 tentou fazer contato com o médico, mas não obteve retorno. Em nota, o hospital afirmou que a instituição "jamais registrou caso que se assemelhasse" a este e que todos os seus profissionais são habilitados para os procedimentos que realizam. "Foi aberta uma sindicância interna para apuração dos fatos. Todas as informações colhidas serão documentadas e entregues às autoridades competentes conforme solicitação", diz a nota. O hospital afirma ainda que o prontuário da paciente e demais documentos já foram entregues aos órgãos responsáveis.

De acordo com um amigo, Pamela, que chegou a fazer participações nos programas de Rodrigo Faro, da Record, e Celso Portiolli, do SBT, também estudava  biomedicina em uma unidade das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). A demora no registro do caso chamou a atenção da polícia.

Segundo a polícia, depois da perfuração, ela teve uma hemorragia. Foi feita uma cirurgia para tentar conter a hemorragia. Depois do procedimento, Pamela perdeu a consciência e passou por manobras de reanimação por duas horas. A atriz, que já tinha passado por duas cirurgias em outras ocasiões, chegou a tomar duas bolsas de sangue, mas não resistiu.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Evandro Luiz de Melo Lemos, a tia veio de Santa Catarina para registrar o boletim de ocorrência na 17ª delegacia de polícia, no Ipiranga, na Zona Sul da capital. Ele afirmou que o médico, que utilizava as instalações do Hospital Green Hill para fazer cirurgias, deveria ter comunicado às autoridades policiais o ocorrido. 

O médico tem registro, atua há muito tempo e chegou a exercer sua profissão nos Estados Unidos, segundo a polícia. O hospital, por sua vez, é habilitado e tem os equipamentos adequados para fazer o atendimento. “Tudo levava a crer que o procedimento estava correto. Mas, em situação normal de acidente, ele deveria ter comunicado à polícia do ocorrido”, afirmou Lemos. Devido a falta de comunicação, o médico deverá responder por fraude processual.

O delegado deve pedir ainda nesta terça-feira (30) a exumação do corpo de Pamela, que foi enterrado em São Francisco do Sul, em Santa Catarina. A ficha clínica será encaminhada para análise especializada para que os procedimentos empregados sejam verificados. O objetivo é identificar se houve algum problema durante a cirurgia ou se tratou de uma intercorrência comum nesse tipo de procedimento.
Segundo a polícia, Pamela já tinha morado em Curitiba e há um ano estava em São Paulo. Ela fazia participações especiais em programas de televisão. A tia que registrou o boletim de ocorrência mora em Santa Catarina e assumiu a educação da sobrinha desde que ela perdera a mãe, aos 6 anos.

Imperícia

Lauro Malheiros Neto, advogado contratado pela tia de Pamela para acompanhar o inquérito criminal, acredita que a atriz morreu em decorrência de uma imperícia médica e que, por isso, o profissional que realizava a lipoaspiração tem de responder por homicídio culposo. "O Ministério Público já tomou ciência disso, assim como o Conselho Regional de Medicina", afirmou Neto.

Segundo o advogado, o médico também errou ao não avisar a polícia da morte da paciente. "Ele tinha de ter acionado a delegacia, chamado o carro cadavérico e encaminhado o corpo para o Instituto Médico Legal (IML), onde seria realizada o exame necroscópico que apontaria a causa da morte. Ele, contudo, atestou que ela morreu em decorrência de uma hemorragia no fígado, mas não atestou as causas dessa hemorragia. Errar e tentar encobrir o próprio erro é de exrema gravidade", disse.

Além do inquérito criminal e do processo administrativo que deverá ser aberto pelo CRM, Neto disse que deverá entrar, "em momento oportuno", com uma ação indinizatória por danos morais contra o médico que realizou o procedimento cirúrgico.

Veja abaixo a íntegra da nota enviada pelo hospital

Em referência ao fato ocorrido e noticiado por diversos veículos de comunicação, acerca do óbito de Pâmela Baris Nascimento (27 anos), no último dia 19 de outubro, nas dependências do Hospital Green Hill, o advogado responsável pela instituição médica, Dr. Nelson Shioiti Shin-Ike Junior (OAB-PR 41693), vem a público esclarecer os seguintes pontos:

O Hospital Green Hill, fundado em 1969, referência no segmento de cirurgias plásticas estéticas e reparadoras, ao longo de sua história jamais registrou caso que se assemelhasse ao supracitado. Todos os médicos que atuam nesta instituição são diretamente escolhidos e contratados pelos pacientes e, somente após a comprovação de estarem habilitados a realizar o procedimento cirúrgico pretendido, são autorizados a utilizar a estrutura do hospital.

Foi aberta uma sindicância interna para apuração dos fatos. Todas as informações colhidas serão documentadas e entregues às autoridades competentes conforme solicitação.

O prontuário da paciente e demais documentos pertinentes já foram entregues aos órgãos encarregados e, por tratarem de relação sigilosa médico-paciente, necessitam de autorização dos mesmos para que venham a ser divulgados.

Na ocasião, o hospital disponibilizou todos os recursos necessários ao adequado atendimento da paciente Pâmela Baris Nascimento. Contudo, lamenta com imensa tristeza o ocorrido.

Fonte: G1/Cidade News Itaú

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