terça-feira, outubro 30, 2012

'Fazer três gols no Corinthians era mais fácil que roubar um banco', lembra Dadá Maravilha, em projeto do Museu do Futebol


Dadá Maravilha é um dos ex-craques que integram projeto do Museu do Futebol
Depoimentos longos, abrangendo carreiras inteiras e incluindo até comentários sobre o futebol atual fazem parte de um projeto de parceria entre o Museu do Futebol, em São Paulo, e a Fundação Getúlio Vargas que já entrevistou cerca de 50 ex-jogadores que defenderam o Brasil em Copas do Mundo.

O projeto Futebol, História e Patrimônio, que será lançado nesta quarta-feira no Museu do Futebol (entrada gratuita, 9h30) é um deleite para quem gosta de histórias saborosas, de momentos importantes, do futebol brasileiro com suas entrevistas disponibilizadas em vídeo, áudio e texto.

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Foram entrevistados jogadores que integraram os elencos de seleções brasileiras entre 1954 e 86, como Dario, ou ‘Dadá Maravilha’, atacante tricampeão em 70, que, com humor, lembra porque costumava marcar gols quando jogava contra o Corinthians.

“Em São Paulo, tem dois modos de eu ser capa da Folha, do Estadão: assaltar um banco sozinho. É difícil. Fazer três gols no Corinthians, mais fácil. Aí eu fazia três gols no Corinthians, era capa”, lembra ele, ressaltando que adorava o clube e uma das maiores frustrações de sua carreira foi não ter defendido o time de Parque São Jorge.

A coordenadora do núcleo de documentação, pesquisa e exposição do Museu do Futebol, Daniela Alfonsi, explica que “o projeto foi escrito em 2010 e iniciado em 2011. A meta era gravar 120 horas de depoimentos, com o auxílio do CPDOC (Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil, a Escola de Ciências Sociais e História da Fundação Getulio Vargas). Já foram gravadas 105 horas”.

A pesquisadora diz ter uma predileção pelos depoimentos de atletas que participaram de Copas mais antigas, até a de 66, e destaca a entrevista feita com Cabeção, goleiro reserva em 54. “No meio da entrevista ele se lembrou que foi o primeiro a introduzir o uso de luvas no Brasil, coisa que tinha visto em uma viagem à Europa.”

Daniela lamenta que não teve tempo de entrevistar jogadores que morreram desde o início do projeto. “Como o zagueiro Pinheiro, que chegou a combinar data para a entrevista, mas foi hospitalizado antes e não saiu mais de lá (do hospital)”, diz ela.

Alguns dos grandes nomes do período ainda não encontraram data para as entrevistas, como Pelé, Jairzinho, Rivelino, Clodoaldo, Zagallo e Brito. Outros, no entanto, renderam entrevista tão boas que superaram em muito as 2 horas, duração média dos depoimentos, como foram os casos de Reinaldo, Nelinho e Piazza.

Alguns foram emocionantes, como o de Marinho Chagas que relembrou o episódio do tapa recebido do goleiro Leão durante a Copa de 74. O ex-goleiro mostrou distanciamento em relação ao ocorrido, mas para Marinho, talvez por estar afastado do futebol – não se tornou técnico após a aposentadoria – a coisa está mais vívida.

O único não jogador ouvido no projeto foi João Havelange (presidente da CBD entre 58 e 74 e da Fifa (74 a 98). Leia mais aqui.

O projeto faz parte de uma série de iniciativas do Museu para fornecer conteúdo ao público que busca um conhecimento mais aprofundado do esporte. “A meta é implementar em janeiro de 2013 o Centro de Referencia do Futebol Brasileiro”, diz Daniela. “Será criada uma biblioteca e midiateca onde estarão disponíveis o acervo do Museu em seis terminais de consulta, além de outros bancos de dados. A ideia nasceu com o próprio Museu do Futebol, mas só conseguiu acontecer agora.”

Fonte: Uol Esporte/Cidade News Itaú

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