Empresa aérea Passaredo entra em recuperação judicial

Gildo Bento

Aeroporto Dix-Sept Rosado: voos comerciais em Mossoró ainda são incertos

A estratégia de estruturação de uma malha aérea regional para integrar as principais cidades do Nordeste tem, agora, um grande desafio pela frente. 

A empresa cuja proposta foi a melhor avaliada pelos secretários da região para operar os voos, a Passaredo Linhas Aéreas, reveleou esta semana que passa por um processo de recuperação judicial, que lhe impõe certa cautela financeira. 

A informação foi repassada ao JORNAL DE FATO pelo secretário de Estado do Turismo do Rio Grande do Norte, Renato Fernandes. 

O impasse é um freio no ambicioso projeto de integração, que representa a grande chance da volta dos voos comerciais a Mossoró – incluída nos destinos planejados e que está sem tais serviços desde o acidente envolvendo a Noar Linhas Aéreas, cuja queda de um dos aviões que viajava do Recife para cá matou 16 pessoas em julho de 2011. 

Trata-se ainda de uma oportunidade de diminuir um dos principais gargalos do turismo nordestino.

As reuniões dos executivos estaduais da região eram coordenadas pela Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE). O encontro que ocorreria esta semana teve de ser cancelado, segundo Renato Fernandes, diante da revelação da Passaredo. 

O secretário confessa estar preocupado com a situação, que, para ele, levou as negociações a um “descompasso”. 

Ainda de acordo com ele, o caso pode trazer atraso na operação dos voos, que tinha início previsto para a primeira quinzena de 2013. No momento, a posição dos secretários nordestinos é esperar pela posição da empresa: “Nós, os secretários do Nordeste, precisamos conversar com a empresa para ver se ela mantém a proposta. Se ela mantiver, vai atrasar muito pouco. Caso contrário, o atraso pode passar de um mês”. 

O secretário não soube informar valores a respeito da recuperação judicial da Passaredo, mas, segundo o Blog do Carlos Santos, um dos mais acessados do Estado, o processo corre na 8ª Vara Civil de Ribeirão Preto (SP) e representa um problema com dívidas que somam R$ 100 milhões. A informação teria sido repassada ao blog pelo advogado da companhia, Aires Vigo. 

Em entrevista ao DE FATO, a assessoria de imprensa da Passaredo disse que a empresa precisaria de tempo para dar um posicionamento sobre o caso. Os problemas com a recuperação judicial, exceto o valor da suposta dívida, foram confirmados.

Fonte: Defato/Cidade News Itaú