sábado, maio 05, 2012

Governadora diz que greve é precipitada


A mensagem do governo concedendo reajuste salarial aos professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) não foi enviada à Assembleia Legislativa ontem, como estava previsto, porque a categoria decidiu antecipar a rejeição, deflagrando greve por tempo indeterminado. A justificativa foi dada à reportagem do JORNAL DE FATO pela própria governadora Rosalba Ciarlini (DEM). "Mas isso não significa que o governo não mantenha o diálogo. O canal continua aberto para, juntos, buscarmos a solução", disse.
Para a governadora, houve precipitação por parte da categoria, uma vez que na audiência da última quarta-feira, 2, com os dirigentes da Aduern, o diálogo fluiu sem radicalismo. Rosalba disse que o governo apresentou as dificuldades, pediu a compreensão de todos, mas também ofereceu proposta concreta. "O governo propôs implantar o reajuste salarial, com a condição de que seria pago quando os limites da lei permitissem. Garantiu, também, que respeitaria a data-base da categoria, que é o mês de abril, deixando claro que pagaria a diferença, como forma de não prejudicar os professores."
Segundo Rosalba, durante a audiência foram apresentados os números da folha salarial da Uern e as dificuldades que o governo tem enfrentado no momento, como forma de sensibilizar o sindicato. O levantamento feito mostrou que em 2011 o Estado comprometeu R$ 13 milhões/mês com os salários dos servidores da Universidade; e neste ano, essa conta subiu para R$ 14,5 milhões a cada mês. "É um quadro preocupante, por isso pedimos o apoio e a compreensão, mas sempre assegurando que o governo implantará o benefício reivindicado no momento em que houver amparo legal", afirmou.
Rosalba disse, ainda, que não abre mão de preservar os direitos dos estudantes. Afirmou que vai buscar todos os mecanismos para atender aos universitários da Uern. "Vamos preservar o direito de o estudante ter aula e concluir o seu curso dentro do prazo legal", disse. "Para isso, os professores precisam entender que a universidade não é só com salários, mas principalmente ferramenta de visão social."

‘A política na Uern tem que ser educacional e não partidária’
JORNAL DE FATO - Governadora, a nova greve na Uern surpreendeu o governo?
ROSALBA CIARLINI - Não esperávamos que essa fosse a decisão da Aduern, porque abrimos o diálogo, explicamos a situação e garantimos que as reivindicações seriam atendidas, dentro dos limites da lei. Mesmo assim, a categoria optou pela greve, antes de a mensagem com o reajuste ser enviada à Assembleia Legislativa. 

O DIÁLOGO, então, fracassou. Foi isso que ocorreu?
O GOVERNO está aberto ao diálogo e assim continuará. Entendemos que temos a responsabilidade, governo e professores, de preservar os direitos dos alunos. Vamos fazer a nossa parte. Buscaremos todos os mecanismos para atender aos alunos. Eles têm direito a ter aula e à formação profissional. 

A SENHORA acha que a política partidária pode estar motivando a greve?
PREFIRO não acreditar nessa hipótese, porque a política na Uern deve ser, sempre, a educação e nunca a política partidária. Governo e sindicato têm que ter essa consciência. 

QUAL o próximo passo para resolver o impasse?
O GOVERNO quer dialogar e manterá esse canal aberto com a Aduern. Hoje (ontem), estamos conversando com o reitor Milton Marques, para que ele seja um interlocucor com a categoria. Espero que tenhamos uma solução rápida e definitiva.

Fonte: Defato

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