sexta-feira, maio 25, 2012

Frigoríficos temem prejuízos devido à suspensão do Proadi

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Na semana passada, o Governo do Estado decidiu suspender temporariamente o incentivo do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Industrial do Rio Grande do Norte (Proadi) para carnes de outros estados. A medida, segundo o Executivo, tem o objetivo de facilitar o comércio do rebanho local e minimizar os efeitos negativos da seca para o criador de gado bovino potiguar.

Entretanto, de acordo com representantes de frigoríficos de Natal, os efeitos da decisão serão totalmente contrários ao proposto, pois a suspensão do incentivo vai inviabilizar a atividade industrial na capital. E ainda poderá comprometer mais de 700 empregos diretos gerados pelas empresas, uma vez que estas correm o sério risco de fechar devido à suspensão do Proadi.

Isso porque o Rio Grande do Norte não tem rebanho em quantidade e qualidade para atender a demanda dos frigoríficos, segundo explica um representante do setor. Em contrapartida, a suspensão do Proadi vai enfraquecer o poder de compra, impossibilitando a competição com os produtos do sul.

O representante informa que para abastecer os cinco frigoríficos afetados com a medida seria necessários 800 bois por dia e o Estado não tem essa demanda. "Em 60 a 90 dias, estas empresas consumiram todo o rebanho em potencial para abate", estima o empresário. Além disso, o Estado não tem um local adequado para o abate. Em outras palavras, o RN "não tem condições de matéria-prima nem condições de processamento da carne", diz.

Por outro lado, a suspensão do incentivo vai comprometer a aquisição de carnes de outros estados. Ele informa que o Imposto de Circulação sobre Mercadorias e Serviços (ICMS) da carne de outras regiões é de 17%. Com o Proadi, o imposto era abatido entre 40 a 75%. "Sem o desconto fica impossível competir com o mercado do sul e sudeste. A carne potiguar perde a força para a carne do Norte, Sul e Sudeste". O representante alerta que se a suspensão durar por muito tempo, as empresas não aguentarão a concorrência e correm um sério risco de fechar.

Na tentativa de resolver esse impasse, representantes do setor se reuniram com o secretário-adjunto da Secretaria Estadual de Agricultura, da Pecuária e da Pesca (Sape) para tentar reverter a situação. Mas o encontro não obteve o resultado desejado pelos empresários.

Agora, os representantes dos frigoríficos afetados pela medida cogitam buscar advogados para tentar reverter a situação. "Podemos ver a possibilidade de comprar mais a carne potiguar, mas esta não pode ser nossa única fonte de abastecimento. Precisamos do incentivo para poder competir com o mercado de outras regiões", desabafa o representante.

Fonte: O Mossoroense

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