Agentes não foram punidos por agressão

 

Os cinco agentes municipais de trânsito que agrediram um homem de 39 anos, durante uma confusão no bairro Boa Vista (zona sul), não foram punidos administrativamente. O procedimento interno concluiu que a força usada pelos servidores foi condizente com a situação e por isso nenhum deles sofreu qualquer tipo de sanção. Na verdade, os "azulzinhos" terminaram como vítimas. O denunciante apresentava várias lesões pelo corpo. Só na cabeça, foram mais de 20 pontos.

A Gerência Municipal de Trânsito (GETRAN), que é responsável também pela fiscalização dos agentes municipais de trânsito, concluiu que não houve nenhum tipo de irregularidade na ação realizada por cinco servidores, no dia 7 de janeiro deste ano. A denúncia foi feita por Antônio José Dantas, que tem 39 anos e reside no bairro Boa Vista. Segundo o secretário municipal de Defesa Social, Osnildo Morais, o procedimento foi realizado da maneira correta, ouvindo os depoimentos do denunciante, das testemunhas e dos agentes. As duas versões apresentadas pelos agentes e pelo denunciante são completamente diferentes.

Os cinco agentes disseram que foram agredidos primeiramente por Antônio José Dantas, que estaria sob efeito de bebidas alcoólicas. Conforme essa versão, os servidores iriam multar um veículo que estava estacionado em local proibido e foram interrompidos pelo denunciante, enfurecido. Eles disseram que a agressão partiu do denunciante, mesmo em desvantagem numérica. A partir de então, todos se uniram e tentaram imobilizar o agressor, o que acabou virando "briga". A ideia era rendê-lo até a chegada da Polícia Militar, que foi acionada para executar a prisão de Antônio José em flagrante. 

Já a versão de Antônio, ouvido pela reportagem logo após a confusão, é completamente diferente. Com o corpo ainda repleto de hematomas e a cabeça enfaixada, ele disse que tentou intervir no trabalho dos agentes, evitando que eles notificassem uma motocicleta, mas nega que tenha sido agressivo. Sem motivo algum, os agentes partiram para a agressão. Além de socos e pontapés, os servidores usaram capacetes para atacar o denunciante. A agressão só parou quando os policiais militares chegaram ao local e tomaram conta da situação. A vítima passou vários dias para poder se recuperar das lesões.

O secretário municipal da Defesa Social, Osnildo Morais, enfatiza que não houve nenhum tipo de sanção administrativa contra os cinco agentes envolvidos, no entanto, todos foram advertidos quanto à forma de proceder nesse tipo de situação. A orientação, segundo Osnildo, é evitar entrar em um confronto direto. Caso haja clima de animosidade, o ideal é acionar a Polícia Militar. Os agentes trabalham desarmados e sofrem constantes ações de desacato ao realizarem suas atividades. Quando a PM chega para dá suporte, armada e aparelhada, a reação é diferente. O desrespeito é menor.

Fonte: Defato