Passado o período de ocupação da Câmara, o movimento "Fora Micarla", que pedia o impeachment da prefeita Micarla de Sousa (PV), se desarticulou. Apesar de terem conquistado a instalação da CEI dos Contratos, os manifestantes abandonaram a causa. Não acompanharam o andamento dos trabalhos. Justamente no ano da sucessão municipal, o movimento se mostrou totalmente desarticulado. Com isso, a CEI, prestes a apresentar sua conclusão, entregará seu relatório à beira de uma crise.
Isso porque o vereador Bispo Francisco de Assis (PSB), que assumiu a relatoria após a renúncia do vereador Júlio Protásio (PSB) do cargo, tem apenas até o final deste mês para concluir o relatório. Com menos de 15 dias para analisar o trabalho, o relator já avisou: "Farei o que puder. Não prometo milagres". Membro da base da prefeita, dificilmente o pessebista trará em seu texto algo que a comprometa.
Existe o risco de todo o estardalhaço criado diante da CEI acabar frustrando as expectativas da sociedade diante do relatório. A vereadora Júlia Arruda (PSB), presidente da Comissão, já cobrou do relator um retrato real do trabalho desenvolvido durante o inquérito, que, segundo ela, constatou irregularidades na locação de imóveis e em vários outros contratos firmados pela prefeitura na gestão de Micarla.
Instalada oficialmente no início de julho do ano passado, a CEI dos Contratos começou a trabalhar somente em agosto. A comissão passou por pelo menos três grandes crises. A primeira foi antes de ser formada, quando o movimento intitulado "Fora Micarla" invadiu a Câmara e só deixou o local após o acordo para o início do inquérito. Em seguida, dois parlamentares renunciaram e foram substituídos. Por último, o relator deixa a pasta no momento final dos trabalhos. Após tantas turbulências, a conclusão dos trabalhos da comissão é aguardada com grande expectativa.
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