quinta-feira, dezembro 08, 2011

Restrição da Anac Ao aeroporto Dix-sept Rosado ameaça crescimento de Mossoró

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O segmento da construção civil de Mossoró está apreensivo e desacelerando. É que a restrição para se erguer edifícios em área próxima ao aeroporto Dix-sept Rosado está inviabilizando novos empreendimentos.
Recente portaria do Comando Aéreo Regional (Comar), vinculado à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), proíbe construção de prédios acima de 15 metros de altura em relação ao nível da pista, num raio de 4 quilômetros do aeroporto.
Com a exigência, a Prefeitura de Mossoró passou a exigir dos construtores licença do Comar para conceder alvará de construção. Resultado: há cerca de três meses que construtores não obtêm autorização para novos empreendimentos.
Além da dificuldade burocrática de conseguir, em Brasília, o documento do Ministério da Aeronáutica, os construtores estão inseguros. Temem investir numa área sujeita a determinações técnicas que podem culminar com embargos de obras.
Membro da direção do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Mossoró (Sinduscom), o construtor Jorge do Rosário lamenta que, com isso, projetos estão parados e investidores evitando novos empreendimentos.
O limite de prédios com até 15 metros num raio de 4 quilômetros do aeroporto faz parte da Zona Interna de Proteção do Dix-sept Rosado. Não faz parte do cone de segurança da pista para pouso e decolagens, que abrange apenas área do bairro Nova Betânia.
"O problema é que o aeroporto de Mossoró passou a ficar numa área central da cidade. A cidade engoliu o aeroporto. Então, a área mais nobre de Mossoró está impedida de receber novos grandes empreendimentos por causa dessa determinação", lamenta.
Jorge do Rosário acrescenta que a redução drástica da quantidade de pavimentos não seduz construtores, exemplificando que, de acordo com as regras atuais, os novos edifícios nessa área não poderiam ultrapassar a altura do Mossoró West Shopping.
"Menos pavimentos significam menos investimentos, menos empregos. É uma restrição construtiva nociva à cidade. Ou seja, o aeroporto está restringindo o crescimento de Mossoró, pois a cota de segurança é muito baixa", alerta.
Ex-presidente do Sinduscom, ele prevê um cenário nada animador para a construção civil de Mossoró, caso a situação se perdure. "Projetos estão parados, compras de terreno paradas, investidores inseguros, desmotivados. As consequências devem vir daqui a alguns meses, com demissões", lastima.
Ele alerta que a desaceleração da construção civil prejudicará outros segmentos, envolvidos através de uma cadeia econômica. "Não é um prejuízo apenas para a construção civil, mas para toda a cidade", adverte Jorge do Rosário.

Problema preocupa outros segmentos 
As restrições para a construção civil de Mossoró, em decorrência do aeroporto Dix-sept Rosado, preocupam outros segmentos empresariais da cidade. É o caso do comércio varejista, que também pode ser prejudicado com a retração do setor.
Lojas de material de construção civil, de decoração, entre outras, podem ter faturamento afetado pela possível desaceleração da construção. A preocupação é do Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejo), Jair Queiroz.
"Com o mercado da construção civil fraco, o comércio será afetado. Mais de 12 empreendimentos deixaram de ser lançados devido a não-liberação do alvará, situação que preocupa e que merece providências", afirma.
Jair Queiroz lembra que o aeroporto sempre foi fator limitador para o crescimento de Mossoró, mas se tornou empecilho devido à proibição da Agência Nacional de Aviação Civil.
"Preocupação é que, daqui a cinco ou seis meses, o crescimento desacelere e haja demissões e prejuízos a outros setores da economia, porque algumas empresas estão deixando de investir, alguns projetos foram engavetados, outros cancelados", lamenta.

Fonte: O Mossoroense

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