segunda-feira, dezembro 05, 2011

Com ‘inteligência’, trabalho é otimizado

A Polícia Civil trabalha hoje em praticamente todo o Rio Grande do Norte de maneira extremamente precária. Um estudo feito pelo Sindicato de Polícias Civis e Servidores do Itep (SINPOL) mostrou que a presença dos investigadores é muito pequena nos municípios do interior, o que praticamente inviabiliza a atividade investigativa, que cabe a essa Polícia.
Mesmo assim, a história recente mostra que um pouco de esforço pode driblar essas dificuldades. Em 2008, policiais da II Delegacia Regional de Polícia Civil de Mossoró, com apoio do Departamento de Inteligência, em Natal, conseguiram descobrir um grande esquema de tráfico de drogas que funcionava a partir da Cadeia Pública de Mossoró. O chefe da quadrilha estava preso e continuava dando suas ordens.
Com a utilização de escutas telefônicas, um dos aparelhos utilizados pelos chamados trabalhos de inteligência, toda a quadrilha foi desmontada. De quebra, a investigação apontou ainda que policiais civis e militares da cidade recebiam dinheiro para favorecer o grupo.
As investigações realizadas durante a Operação Netuno, como foi batizada aquela atividade, revelaram que o preso Francisco Antônio Filgueira, "Rinaldo", comandava o tráfico de drogas com ajuda de outras pessoas mesmo estando detrás das grades. Na operação, foram presas cinco pessoas, entre elas a mulher de Rinaldo, Maria Carlizete Aureliano Bezerra.
A partir do esquema montado entre membros da quadrilha e agentes penitenciários, Rinaldo conseguia controlar todas as ações executadas pelos seus comparsas do lado de fora da Cadeia Pública, assim como ter direito a várias regalias que não eram permitidas pela direção daquela unidade prisional, como, por exemplo, jantar pizzas, sanduíches e outras coisas.

Operações constantes na região Oeste do RN
Mais de 15 pessoas foram presas nos últimos 30 dias em operações que estão sendo realizadas constantemente na região Oeste do Rio Grande do Norte. O trabalho está sendo coordenado pela Divisão de Polícia do Oeste (DIVIPOE), que organiza as atividades e dá apoio aos policiais de determinada localidade. A intenção é driblar a falta de efetivo da Polícia Civil no interior do RN.
A última operação aconteceu na sexta-feira passada, 2, em Alexandria, quando três pessoas foram presas com armas de fogo, munição e drogas. Foram cumpridos vários mandados de busca e apreensão na cidade contra pessoas suspeitas de envolvimento com crimes.
Além das armas e drogas, nove motocicletas e dois carros também foram apreendidos na casa de um dos suspeitos. Os veículos tinham placas de outras cidades e até outros Estados. Todos serão encaminhados nesta semana para o Instituto Técnico-Científico de Polícia (ITEP) de Mossoró para passarem por uma perícia.
As cinco operações foram realizadas em Apodi, primeira da rota, onde 10 pessoas foram presas. Mais de 40 foram detidas e levadas para a Delegacia de Polícia Civil da cidade, mas apenas 10 ficaram presas. As outras foram liberadas por falta de indícios que apontassem para o envolvimento delas com crimes ocorridos na cidade.
Em Pau dos Ferros, Governador Dix-sept Rosado e Upanema foram presas três pessoas, uma em cada uma delas. Na primeira, o preso era um policial militar que foi flagrado com três armas ilegais.
Carros, motos, armas, drogas e outros objetos ilícitos foram apreendidos nessas cinco operações, todas no Oeste.
Segundo o delegado Odilon Teodósio, essas ações vão acontecer com maior rotina a partir de agora. Ele afirma que os pontos serão definidos a partir dos índices de violência de cada cidade. Caso alguma delas apresente um problema além da normalidade, será planejada uma ação repressiva.

Fonte: Defato

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