terça-feira, fevereiro 20, 2024

Pacheco diz que fala de Lula foi 'equivocada', 'inapropriada' e 'precisa de retratação'


O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse nesta terça-feira (20), em sessão deliberativa, que a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao comparar a guerra entre Israel e Hamas com o Holocausto foi "equivocada", "inapropriada" e "precisa de retratação" (leia mais abaixo).


"Estamos certos de que uma fala inapropriada e equivocada não representa o verdadeiro propósito do presidente da República Federativa do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, que é um líder global conhecido por estabelecer ou buscar estabelecer diálogos e pontes entre as nações", afirmou Pacheco, que, em seguida, defendeu um pedido de desculpas.

"Uma fala dessa natureza deve render uma retratação, é fundamental que haja uma retratação", completou.


Segundo Pacheco, mesmo que a reação de Israel seja considerada desproporcional em meio à guerra, o paralelo feito pelo presidente da República não se justifica.


"Ainda que a reação feita pelo governo de Israel venha a ser considerada desproporcional, excessiva, violenta, indiscriminada, não há como estabelecer um comparativo com a perseguição sofrida pelo povo judeu no nazismo", afirmou.


O senador Omar Aziz (MDB-AM) criticou a posição de Israel e a morte de crianças durante a guerra. Também mencionou que Pacheco estava fazendo uma "reprimenda ao presidente" Lula. Em outro momento, questionou o presidente do Senado sobre sua opinião: "Me tipifique, então, o que é matar 30 mil inocentes?"


Para responder ao senador, Pacheco seguiu outra linha: "Não há de minha parte nenhum tom de polemização, tampouco de reprimenda ao presidente da República. É apenas uma conclamação, em busca de pacificação e de reconhecimento que a parte em que há qualquer comparação com o Holocausto é algo indevido e impróprio e que mereceria um pedido de desculpas".


Declaração de Lula

No fim da semana, Lula classificou como "genocídio" e "chacina" a resposta de Israel na Faixa de Gaza aos ataques terroristas promovidos pelo Hamas no início de outubro. Ele comparou a ação israelense ao extermínio de milhões de judeus pelos nazistas chefiados por Adolf Hitler no século passado.


"O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus", disse Lula, durante entrevista em Adis Abeba, na Etiópia.


Em reação, Israel declarou Lula persona "non grata" no país. O termo é um instrumento jurídico utilizado nas relações internacionais para indicar que um representante oficial estrangeiro não é mais bem-vindo. Desde então, a fala vem tendo repecurssão interna e externamente.


Fonte: g1

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