quarta-feira, fevereiro 21, 2024

Forças Armadas tiveram 'comportamento decepcionante' ao levantar 'desconfianças' sobre eleições, diz Barroso


O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou nesta quarta-feira (21) que as Forças Armadas tiveram um "comportamento decepcionante" ao levantar "desconfianças" sobre o processo eleitoral brasileiro.


Barroso deu a declaração durante entrevista exclusiva ao programa Conexão, da GloboNews. Ele comentou sobre a participação de militares em uma comissão de fiscalização das eleições, criada quando o magistrado presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).


Segundo Barroso, havia um discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) "levantando suspeitas" sobre a votação eletrônica.


"Para enfrentar esse problema, eu montei uma Comissão de Transparência porque nós não tínhamos nada a esconder. E chamei diversos segmentos representativos da sociedade [...]. Chamei as Forças Armadas, e preciso dizer, lamentando muito, que tiveram um comportamento bastante decepcionante", disse.

"Chamei para dar transparência, para ajudar na segurança, para prestigiar a instituição e eles acabaram sendo manipulados para levantar desconfianças e suspeitas infundadas", completou o magistrado.


Para o ministro do STF a participação dos militares na comissão foi "muito frustrante". "Prova de que uma má liderança faz muito mal para uma instituição", declarou.


Ele destacou, no entanto, que, apesar de terem procurado falhas no processo, os militares não encontraram fraudes, o que acabou sendo, na avaliação do ministro, algo "legitimador" das eleições .


"Apesar de tudo, apesar de terem tentado levantar suspeitas, procurado incansavelmente alguma coisa errada, tiveram que fazer um relatório dizendo 'não achamos", afirmou.


"No final das contas, foi altamente legitimador do processo eleitoral você ter alguém lá dentro procurando alguma coisa errada. Se você vê as gravações, eles reclamam 'ninguém conseguiu encontrar nada, que coisa horrível, temos que encontrar alguma coisa'", concluiu Luís Roberto Barroso.


Fonte: g1

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