quinta-feira, fevereiro 15, 2024

Após fugas, Lewandowski anuncia ampliação de sistema de alarmes, reforço de agentes e construção de muralhas em presídios federais


O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou nesta quinta-feira (15) novas medidas para segurança nos cinco presídios federais. Entre as medidas estão:


ampliação de sistema de alarmes

reforço de agentes de segurança

aperfeiçoamento do sistema de entradas nos presídios, com implantação de reconhecimento facial

construção de muralhas

Os presídios federais, considerados de segurança máxima, são cinco: Mossoró, Brasília, Catanduvas, Campo Grande e Porto Velho.


O ministro deu uma entrevista coletiva sobre a fuga de dois presos do presídio federal de segurança máxima de Mossoró (RN), ocorrida na noite de terça (13). Para o ministro, os fugitivos ainda devem estar na região da cadeia, porque as imagens de vídeo não mostraram nenhum veículo fazendo o resgate.


Lewandowski classificou a fuga como um "episódio fortuito". Ele afirmou que uma reforma que estava sendo feita no presídio ajudou os presos a obter ferramentas.


"Os presídios federais são absolutamente seguros. Todos podem continuar confiando nesse sistema", ressaltou o ministro.

Ele também afirmou que as prioridades da pasta são a recaptura dos fugitivos e a apuração de eventual falha administrativa ou omissão. O ministro deu detalhes sobre a dinâmica da fuga (veja mais abaixo).


Fatores que facilitaram a fuga

Os presos fugitivos são: Rogério da Silva Mendonça, conhecido como Querubim, e Deibson Cabral Nascimento, o Tatu. Os nomes deles foram incluídos na lista da Interpol de procurados internacionalmente.


Na entrevista, Lewandowski listou alguns fatores que podem ter contribuído para a fuga dos dois presos.


O ministro relatou que havia uma reforma sendo executada no presídio e que as ferramentas não foram armazenadas de forma correta, o que as deixou mais disponíveis aos presos.


"É como uma queda de avião, quando cai, não é uma causa única. Primeiro que a fuga ocorreu numa terça-feira de carnaval, onde as pessoas estão mais relaxadas, outro fator que contribuiu pra isso é que o presídio estava passando por uma reforma interna e, então, havia operários lá dentro e, infelizmente as informações que temos, é que as não estavam [ferramentas] aprisionadas de forma correta, estavam espalhadas", afirmou o ministro.


Além disso, o ministro confirmou que algumas câmeras de segurança não estavam funcionando no momento da fuga e ainda acrescentou que luzes do presídio também estavam desligadas.


"É verdade, e um outro fator que contribuiu, algumas câmeras não estavam funcionando adequadamente, assim como algumas luzes que poderiam evitar alguma fuga não estavam funcionando corretamente".


Dinâmica da fuga

O ministro ainda relatou detalhes sobre a fuga. Segundo Lewandowski, os problemas no planejamento de uma reforma do presídio e o descuido com materiais de construção foram fatores cruciais para a execução da fuga.


Veja o passo a passo da dinâmica, de acordo com Lewandowski:


Fugiram por falhas no teto: A fuga foi realizada, inicialmente, pela luminária da cela, segundo o ministro.O movimento foi facilitado por falhas no revestimento ao redor da luminária. Em vez de o teto ser revestido por concreto, foi realizado um trabalho comum de alvenaria.


Passaram pelas tubulações: quando os detentos conseguiram sair pela luminária, de acordo com o ministro, eles entraram para o shaft -- parte onde ficam as tubulações --, e de lá conseguiram acessar o teto. A pasta afirmou que não havia nenhuma grade ou proteção, detalhe que faz parte do planejamento de construção.


Utilizaram ferramentas de construção: quando os criminosos ultrapassaram esses obstáculos, foram encontradas ferramentas usadas para a reforma do presídio. O ministro ainda relatou que os presos se depararam com um tapume de metal que protegia o local reformado, ultrapassaram a área e cortaram com um alicate as grades da penitenciária.


Agentes na missão de recaptura

Os seguintes contigente e equipamentos estão na missão de recaptura os dois fugitivos:


Estão sendo usados para realizar a recaptura dos fugitivos:


100 agentes da Polícia Federal

100 agentes da Polícia Rodoviária Federal

100 agentes das forças policiais locais (civil e militar)

3 helicópteros, drones e cães farejadores

Medidas já tomadas

Lewandowski também listou ações tomadas desde a quarta (14) pela pasta após a fuga. Ele listou, por exemplo, o afastamento da direção do presídio.


O ministro citou as seguintes medidas:


Ida do secretário Nacional de Políticas Penais, André Garcia, a Mossoró. Ele estará acompanhado de uma equipe de seis servidores. O objetivo é investigar no local as causas da fuga e avaliar quais ações administrativas podem ser tomadas.

Abertura de investigações por parte da Polícia Federal. Envio de uma equipe de peritos da corporação ao local, para apurar responsabilidades e atuar na recaptura dos dois fugitivos.

Atuação das Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado, que unem as polícias federais e estaduais nas ações de repressão da criminalidade organizada, para colabor com a busca pelos presos.

Determinação para que a Polícia Federal inclua os nomes dos fugitivos no Sistema de Difusão Laranja da Interpol. Também ordenou a inclusão dos nomes no Sistema de Proteção de Fronteiras. O objetivo é que as buscas possam ser feitas também pela comunidade policial internacional.

Acionamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para monitoramento das rodovias em busca dos fugitivos.

Revisão de todos os equipamentos e protocolos de segurança nas cinco penitenciárias federais.


Fonte: g1

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